Na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), tornada pública anteontem com a deflagração da Operação Tris in Idem, os investigadores detalham o suposto esquema de loteamento de contratos e cargos comandado pelo próprio chefe do Executivo fluminense.
No documento de 403 páginas, a subprocuradora Lindôra Araújo, responsável pela investigação em curso desde maio, aponta a existência de três grupos ocultos instalados na máquina pública e coordenados pelo empresário Mário Peixoto, pelo presidente do PSC Pastor Everaldo, um dos 17 presos na operação,e pelo também empresário José Carlos de Melo. Enquanto os dois primeiros são conhecidos do público, Peixoto notadamente pela prisão na Lava Jato e Everaldo pela carreira como líder religioso e pelos episódios caricatos na política, o nome de José Carlos de Melo não emplacou tantas manchetes.
"Além de possuir dinheiro em espécie em volume e facilidade, ter o domínio sobre empresas contratadas pelo Poder Público, José Carlos de Melo conta com fortes relações com policiais federais e adota rotina de troca constante de números de telefone", diz um trecho do documento.