A finalidade da quarentena era conter a propagação da Covid-19 e o colapso das estruturas de saúde pelas vítimas do vírus em estado grave, especialmente em caso de tratamento intensivo. Desde 24 de março, portanto, há mais de 75 dias, as atividades não essenciais estão proibidas em todo Estado.
Há uma tímida reabertura na capital, outrora o epicentro da pandemia. Já houve tempo para que as estruturas de saúde se adaptassem à nova realidade. Se isso não foi feito ou foi mal feito não é justo continuar sacrificando toda sociedade com a manutenção da quarentena. É lógico que a vida é a prioridade, mas sem crédito e sem socorro financeiro para empregados e empresas, não é possível manter a quarenta absoluta. A reabertura deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade de sobrevivência não só das empresas, mas de quem vive de seus resultados: os donos e seus empregados.
As empresas existem para gerar lucro e, para isso, geram emprego e renda para seus empregados que assim mantém outras empresas funcionando num ciclo que move a economia. A cota de sacrifício das empresas e seus empregados já foi dada sem qualquer contrapartida dos governos responsáveis pela quarentena. A reabertura é para já e de todas as atividades, com as cautelas obrigatórias e só sair quando estritamente necessário, sempre usando máscara, higienizando constantemente as mãos e mantendo o distanciamento.
Não é possível exigir total isolamento com aprofundamento da crise econômica que já vivíamos antes. Não compete ao poder Judiciário interferir no processo, esta é competência exclusiva dos executivos estaduais e municipais e devem autorizar imediatamente a reabertura. O estrago político já está feito, não adianta prorrogar a quarentena, já temos milhares de mortos e teremos muito mais ainda, infelizmente, algumas milhares de empresas encerradas, em recuperação judicial e falidas, mais milhões de desempregados e uma depressão econômica que pode potencializar ainda mais todas essas tragédias,. Já passamos da hora de tentar reverter esse quadro.