Centenas de pessoas homenagearam, na quinta-feira, George Floyd, o homem negro cuja morte sob custódia da polícia em Mineápolis levou a uma onda de protestos nos Estados Unidos, provocando um debate sobre racismo e justiça.
Philonise Floyd, irmão de Floyd, disse na cerimônia na Universidade Central North, em Minnesota, que sua família era pobre e que George lavava as meias e roupas da família na pia e as secava no forno, pois eles não tinham secadora.
"É louco, cara, todas essas pessoas vieram ver meu irmão, é incrível como ele tocou tantos corações", disse o irmão, que vestia um terno escuro e um broche com uma foto de seu irmão e com as palavras "Eu não consigo respirar" na lapela.
A morte de Floyd em 25 de maio se tornou o último episódio de brutalidade policial contra afro-americanos, levando a questão do racismo para o topo da agenda política antes das eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para 3 de novembro.
Derek Chauvin, de 44 anos, foi demitido do departamento de polícia de Mineápolis e acusado de assassinato em segundo grau após ter sido filmado em um vídeo que viralizou se ajoelhando sobre o pescoço de Floyd por quase nove minutos enquanto Floyd gemia repetidas vezes "Por favor, eu não consigo respirar". A polícia disse suspeitar que Floyd, de 46 anos, estaria usando uma nota falsa para comprar cigarros.
Uma imensa multidão desafiou os toques de recolher e tomou as ruas de cidades por todo o país por nove noites em protestos por vezes violentos que levaram o presidente Donald Trump a ameaçar enviar as Forças Armadas.
Ben Crump, advogado da família de Floyd, disse no serviço memorial que a polícia agiu com maldade. Promotores apresentaram novas acusações contra quatro policiais de Mineápolis envolvidos na morte de Floyd.
Na quinta-feira, os três policiais acusados de cumplicidade na morte de Floyd apareceram em um tribunal. A fiança foi fixada em um milhão de dólares, podendo ser reduzida para 750 mil se eles aceitarem condições, como a entrega de armas de fogo pessoais.
Na cidade de Nova York, atingida por saques e vandalismo durante os protestos, milhares de pessoas participaram de um evento memorial em um parque no Brooklyn.