Nessa semana, o secretário municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, Henrique Naufel, afirmou incisivamente que o alicerce para o tratamento da Covid-19 no Brasil está sendo o Sistema Único de Saúde, o SUS. Em suas palavras, "o que está segurando a Codiv-19 é o SUS". A fala é do titular da Pasta mogiana, mas certamente é válida para todos os municípios do Alto Tietê.
No início da pandemia, o Grupo Mogi News se valeu deste mesmo espaço para informar sobre a necessidade do fortalecimento do SUS no enfrentamento ao novo vírus, que começava a fazer vítimas em municípios próximos. Ao que parece, não fomos ouvidos.
Diversas representações políticas também tentaram alertar sobre a necessidade de investimentos no SUS e na ampliação do maior programa de saúde pública do mundo durante a pandemia. Pouco foi feito pelo governo federal sobre o tema e as consequências de tamanha irresponsabilidade começam a aparecer.
A discussão voltou à tona na região na última semana, quando o secretário mogiano, Naufel, foi questionado sobre a regulação de vagas no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes. "O SUS é constitucional, um direito do cidadão e dever do governo. Eu não posso simplesmente dizer não (ao recebimento de pacientes de outras cidades). O SUS é um direito de todos", sacramentou.
As unidades de saúde do Alto Tietê que atendem a população na pior pandemia da história recente do país são públicas, com custo zero. Essa não é a realidade de outros países, já apresentada em reportagens do Grupo Mogi News e de outros veículos.
Aos poucos, fica mais evidente o despreparo ao qual os hospitais estão submetidos. Os leitos de terapia intensiva da região, por exemplo, começam a ficar lotados e ainda não há a perspectiva de novos leitos do tipo, apesar dos anúncios recentes.
Portanto, assim como proposto no início da pandemia, defenda o SUS, prezando por sua melhora e não por sua extinção. Independentemente dos problemas e da falta de plenitude no tratamento de doenças, o SUS é um desafio que nenhum outro país se comprometeu a assumir.