A liberação imediata para o funcionamento de salões de cabeleireiros, barbearias e academias de ginástica, como decretou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última segunda-feira, passa por uma questão jurídica. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no mês passado, que a definição das regras relacionadas ao isolamento social no que diz respeito a questões de saúde pública pode partir do governo federal, mas o cumprimento das mesmas deve ser regulamentado por estados e municípios. Isso dá autonomia aos poderes regionais que devem, entende o STF, agir de acordo com as necessidades próprias e particulares de cada localidade.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ontem que as restrições para as atividades estão mantidas, assim, barbearias, salões e academias ainda têm de permanecer fechados. Como a intenção de afrouxar o laço da quarentena é muito mais uma bandeira da União, a liberação dos serviços deve ser feita de modo gradativo nas cidades. São José dos Campos, no Vale do Paraíba, por exemplo, acatou o decreto presidencial e vai autorizar o funcionamento dos setores.
Representantes dos segmentos ouvidos ontem pela reportagem do grupo Mogi News têm plena consciência deste ritual e deixam claro que a retomada dos negócios obedeceria aos procedimentos de segurança sanitária, como o uso de máscaras de proteção e o respeito ao distanciamento físico entre as pessoas. Eles também foram unânimes no sentimento de animação ao vislumbrarem a possibilidade de retornar ao trabalho rotineiro. Na prática, alguns barbeiros e cabeleireiras já vêm realizando as atividades em domicílio, como saída para garantir o ganha-pão e manter a fidelização do cliente.
De acordo com especialistas em mercado, esse quadro faz parte da nova normalidade que será construída a partir dos impactos da pandemia sanitária. Como já se falou sobre uma nova era para a Saúde, também na prestação de serviços, a realidade será redesenhada a partir de agora. Aqueles que se adaptarem mais rapidamente às regras terão maiores chances de superar a crise em menor tempo.