Com a triste liderança de ser o Estado brasileiro com a maior quantidade de pessoas afetadas diretamente pelo coronavírus - em números de ontem são 3.206 mortos e 39.928 infectados -, São Paulo também sai na frente com a definição de regras mais rígidas de isolamento social, na tentativa de interromper a linha ascendente de casos da doença. Ontem, por exemplo, começou a vigorar o decreto que obriga o uso de máscaras de proteção em todos os locais públicos das 645 cidades do Estado. Apesar da obrigatoriedade, a fiscalização da medida cabe aos municípios que, em um primeiro momento, optaram por um controle mais educativo, orientando a população sobre a necessidade do aparato, antes de partir para a etapa de multas.
Mais radical, a Prefeitura de São Paulo anunciou ontem que, a partir desta segunda-feira, será implantado na cidade um novo modelo de rodízio de automóveis. Os veículos serão divididos em dois grupos - placas final par e ímpar - e somente poderão circular nos dias correspondentes à divisão, ou seja, carro par circula em dias pares e o ímpar nos dias ímpares, incluindo sábados e domingos. O tempo de proibição diária também chegou ao extremo. Antes, havia limitações aos horários de pico, mas agora a medida abrange as 24 horas do dia. Pior: não há mais o chamado centro expandido como delimitação, a regra vale para todo o município. Para garantir o cumprimento do rodízio, a Prefeitura vai multar o infrator em R$ 130,16 a cada falta e somar mais quatro pontos em sua carteira de habilitação.
Se as medidas não forem suficientes para aumentar a taxa de isolamento social, cuja média tem ficado em 47% no Estado, de acordo com relatório do Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi) de São Paulo, a Prefeitura garante que pode partir para o lockdown - a adoção de medidas ainda mais restritivas, como o fechamento do comércio que não seja estritamente essencial e a proibição das pessoas de saírem de casa sem motivo plausível que a justifique. O lockdown já está sendo utilizado em cidades como Manaus, Belém e Rio de Janeiro. Por aqui, no Alto Tietê, todos torcem para que isso não seja necessário.