Os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram ontem uma primeira rodada de negociações para um acordo de livre comércio, com seus representantes comerciais comprometendo-se a trabalharem rapidamente, via on-line, para chegar a um acerto que "aumentará significativamente o comércio e o investimento".
As negociações, a serem conduzidas virtualmente, envolverão mais de 300 funcionários e autoridades dos EUA e do Reino Unido em quase 30 grupos de negociação, disseram o representante comercial norte-americano, Robert Lighthizer, e a ministra do Comércio do Reino Unido, Liz Truss, em comunicado conjunto.
"Vamos iniciar as negociações em ritmo acelerado e comprometermos os recursos necessários para progredir em um ritmo acelerado", disseram. "Um acordo de livre comércio contribuiria para a saúde a longo prazo de nossas economias, que é de vital importância à medida que nos recuperamos dos desafios impostos pela Covid-19".
Será a primeira grande nova negociação comercial dos Estados Unidos em 2020. O Reino Unido também tem negociado termos comerciais com a União Europeia após sua saída do bloco, em janeiro. Ambos os países estão tentando fortalecer as cadeias domésticas de suprimentos enquanto enfrentam os efeitos da crise da pandemia.
Lighthizer tem classificado as negociações comerciais com o Reino Unido como uma das principais prioridades do governo Trump para 2020. Ele revelou os planos há mais de um ano, que visavam acesso total, pelos produtos agrícolas dos EUA, e tarifas reduzidas para produtos manufaturados norte-americanos.
Chuck Grassley, senador republicano norte-americano pelo Estado de Iowa, disse esperar que um acordo comercial com o Reino Unido crie as bases para um acordo aperfeiçoado com a UE.
"Tudo o que espero fazer é que, se conseguirmos um bom acordo com o Reino Unido em agricultura, isso vai embaraçar a Europa", disse Grassley a repórteres em uma teleconferência.
O governo Trump procura deslocar as cadeias de suprimentos de volta para os Estados Unidos e para longe da China, onde o coronavírus originou-se, e está promovendo uma campanha "Buy American" [compre dos Estados Unidos], para compra de suprimentos médicos e outros.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tem prometido conduzir uma "negociação difícil" e Truss tem dito que o Reino Unido não diminuirá seus padrões de segurança alimentar.