Little Richard, um dos nomes mais importantes da música, morreu ontem, aos 87 anos. A informação foi confirmada pelo seu filho, Danny Penniman, à revista americana Rolling Stone. Ao mesmo tempo influenciado pelo gospel e pelo blues, de personalidade explosiva e uma habilidade única no piano, Richard é hoje considerado um dos pais do rock and roll e suas músicas se tornaram parte do cânone do gênero pelas gerações seguintes.
Richard nasceu em dezembro de 1932, em Macon, Georgia, local marcado pela segregação racial, e tocou saxofone na banda da escola. Aos 14 anos, como a "Princesa Lavonne, a excentricidade do ano", Richard se apresentou vestido de mulher no show de Sugarfoot Sam, um artista local.
Em casa, sempre cantou muito alto, e ganhou o apelido de "War Hawk" (falcão de guerra). De família religiosa, cantava nos cultos da New Hope Baptist Church, uma igreja pentecostal que privilegiava a música. De 1955 a 1958, conheceu o sucesso.
A gravação de Tutti Frutti - música considerada a "mãe" do rock - aconteceu meio que por acaso em 1955. Na época, a Atlantic Records investia para tornar o jovem Richard numa espécie de rival de Ray Charles. Contratou músicos que trabalhavam com Fats Domino para uma sessão de com Richard. Depois, vieram outras faixas, como Long Tall Sally (regravada pelos Beatles), Lucille, e participações em filmes como The Girl Can't Help It, tudo ainda nos anos 1950, quando Richard "largou" a música pela primeira vez. Ele voltou à igreja e seus próximos passos se deram no campo gospel.
Sua última gravação conhecida é de 2010, em um álbum tributo à cantora gospel Dottie Rambo. (E.C.)