Nestes momentos de coranovirus, confinamento a pleno vapor, resta só invocar a autopreservação naquilo que ela tem de mais importante: Cuidar-se!
Sentir-se livre não garante liberdade. Da mesma forma não se vai encontrar o fundamento da liberdade na dimensão sensorial, e muito menos na físico-corporal. Já que, quanto mais densa a dimensão, menos espaço de liberdade ela abre. Se essa observação procede, o lugar da liberdade encontra-se numa dimensão mais sutil do que a mental, ou não existe. Contra a hipótese da não-existência, levanta-se a experiência humana em torno da luta pela liberdade.
A crença na liberdade tocou não somente as cabeças e corações de pensadores, mas sempre pessoas que, para a realização da liberdade, sacrificaram interesses e vantagens pessoais e até a própria vida. Não se precisa pensar necessariamente, apenas nos sacrifícios em prol da verdade política, social e econômica, mas também naqueles que ajudaram a escapar das fatalidades de eventos naturais, das limitações que as doenças nos impõem, das determinações culturais que nos invadem, das crenças que nos bitolam, da violência que nos atormenta. É verdade que em muitas dessas lutas identificamos motivações secundárias, não ligadas à questão da liberdade. Por outro lado, é difícil acreditar que as lutas em prol da liberdade se esgotam em motivações secundárias.
Assim a palavra liberdade, dentre outras, é um dos centros gravitacionais de qualquer odisseia filosófica. Dotados de eloquência e erudição espantosa, filósofos dissecam as inúmeras formas de liberdade e as intenções alinhavadas. Liberdade: um termo cujo significado é tão poroso que há poucas interpretações capazes de a ela resistir. A profundidade do seu estudo nos ensina que a liberdade é um termo que exige um olhar menos ingênuo.
No entanto, é só pelo trabalho proveitoso que se soma às atividades dos demais é que a liberdade física, sensorial, espiritual e mesmo a intuitiva (divina!) se completa para que se chegue à que pode ser chamada de Liberdade Cósmica!