Diante da pandemia mundial e da crise financeira que assola o Brasil, os bancos nada tem contribuído para sobrevivência de empresas e também de pessoas físicas. Como pequenas doações e muita publicidade, Bradesco pede "aguente firme", Santander afirma que "superamos juntos", Itaú doou R$ 1 bilhão para o combate à pandemia, mas nenhum deles adotou nenhuma política de injeção de recursos financeiros no mercado. Nenhuma linha de crédito diferenciada foi oferecida, não houve redução de taxas e muito menos dos absurdos juros.
Enquanto a taxa básica de juros está em 3% ao ano, aquelas praticadas pelos bancos e financeiras podem chegar até cem vezes mais, dependendo do produto ou serviço contratado. Nenhum socorro a pequenos empreendedores ou pessoas físicas. As suspensões de contrato implicam na incidência de novos juros e na prorrogação o que não facilita nada. Para o sistema bancário, a pandemia não trouxe nenhuma modificação para quem efetivamente precisa de dinheiro.
Tramitam no Senado projetos que visam a limitação de juros em cartões de crédito e cheque especial, além da elevação da contribuição social sobre os lucros. Já é hora do Legislativo intervir limitando os exorbitantes juros cobrados por bancos sem qualquer contraprestação social e sem contribuir efetivamente para manutenção da atividade econômica.
É certo que o poder econômico e o lobby junto ao Congresso Nacional não é fraco, mas está na hora dos lucros bilionários que se repetem ano após ano independe de crise instalada ser convertido em sua função social. É inadmissível que banqueiros continuem cobrando o que querem sem contribuir de forma prática para sobrevivência da atividade econômica brasileira.
Espera-se que, diante dessa ameaça do Senado, bancos, financeiras e administradoras de cartão de crédito comecem a flexibilizar suas condutas e políticas diante da grave crise que o Brasil vive e pode viver pelos próximos anos. Está mais do que na hora do Brasil ser civilizado nos extorsivos juros bancários.