Essa foi a reação do Presidente Bolsonaro a uma informação da imprensa que o questionou sobre as mais de 5 mil mortes pela Covid-19 no Brasil. Tudo o que veio depois é um remendo. O desprezo pelas vidas, pelas famílias enlutadas e pela dor dos amigos e conhecidos é desprezível. A absoluta falta de empatia e de amor ao próximo de quem se auto intitula cristão causa repulsa em qualquer ser humano normal.
É inacreditável que a maior autoridade executiva do país ainda questione sobre o que quer que ele faça. A indagação é emblemática: E daí? Não podemos esquecer que após o desastre sanitário teremos o desastre econômico, financeiro e social. Os empregadores, diante da forte retração no consumo, já concederam férias, redução da jornada e dos salários, suspensão dos contratos e agora começam a demitir milhares de empregados formais. E daí?
A instabilidade política gerada exclusivamente pelo presidente elevou a cotação do dólar, o que vai impactar diretamente a economia pelo elevado custo das importações, mas e daí? Paulo Guedes, o ministro liberal que acalma o mercado, está na linha de tiro, ninguém acredita que após a demissão de Mandetta e a saída de Moro, os ministros mais populares, a política de Guedes será seguida. Esse é o temor do mercado, o que retira a confiança nas políticas econômicas, mas e daí?
Há um inquérito no STF para apurar as acusações gravíssimas de Moro contra Bolsonaro de ingerência e intervenção na Polícia Federal e uma liminar do mesmo Tribunal impedindo a nomeação do amigo da família para o seu comando, mas e daí? Há investigação de racismo contra o ministro da Educação no STF por ofensas ao, por enquanto, maior parceiro comercial do Brasil, a China, mas e daí?
Parece que no Brasil a Covid-19 não é um problema real, ao menos para o presidente, mas é muito real e doloroso para as mais de 5 mil famílias que choram seus mortos e amargam a indiferença e desprezo do maior governante do país. Tudo isso terá um custo político que não será baixo e será cobrado em breve.