O Brasil, assim como todo o mundo, está em parafuso com a crise do Coronavírus. Bolsonaro flertou com as ruas, convocou a militância, zombou e continua zombando da epidemia. No dia 15 fez questão de interagir com simpatizantes, uma insanidade e irresponsabilidade pública.
Os números são alarmantes em todo o mundo. A Itália vive um desastre e, ao invés de adotar medidas rigorosas para tentar frear a propagação do vírus, Bolsonaro faz chacota e menospreza a gravidade de um problema de saúde pública que levará à morte milhares de brasileiros. Não há dúvida de letalidade, da ausência de vacina ou cura, também ninguém dúvida que nosso sistema de saúde público e privado opera no limite e não terá condições de atender todos os casos.
São Paulo e Rio de Janeiro anunciam dia após dia uma nova medida restritiva e o presidente continua brincando com a "certa histeria". Se comporta como deputado do "baixo clero" e não como presidente da República, que além de não adotar nenhuma medida concreta, ainda joga contra, não dando exemplo e incentivando a população a se expor à contaminação.
Bolsonaro tem plantado e já começou a colher. Antigos aliados abrem fogo e exigem sua saída, uma delas, Janaina Paschoal, deputada estadual mais votada do Brasil, advogada, professora universitária e uma das autoras do pedido de impedimento de Dilma. Miguel Reale Junior, jurista reconhecido nacionalmente e também autor do pedido que afastou Dilma sugeriu que Bolsonaro seja submetido à avaliação psiquiátrica.
Já colheu um panelaço espontâneo no dia 17 e falta muita colheita ainda. Ao convocar o povo para defendê-lo, ativou o sentimento de revolta na população que via nele uma esperança de mudança e que diante do caos econômico, desemprego, subtração de direitos trabalhistas e previdenciários resolveu se insurgir pela inércia diante dessa crise. É bom que saiba que a maioria dos brasileiros não votou nele, mas contra o PT, porque ele era, assim como foi Collor, a antítese de Lula e seu partido. O fim dele, ao que tudo indica, será o mesmo.