Com resultados comparativos positivos para Mogi das Cruzes e nem tanto para algumas outras cidades da região, os dados de janeiro do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes (Infosiga) foram divulgados ontem e ganham destaque nesta edição. A divulgação do total de mortes no trânsito é sempre um momento para reflexão.
É louvável quando se observa uma queda nos números na comparação de determinado mês entre um ano e outro, afinal, é de vidas que se está falando. Na outra ponta, é preciso acender a luz amarela quando há aumento nos casos. Mais do que isso, deve-se ao menos tentar entender os motivos dos resultados negativos e propor soluções ao problema.
No final das contas, o que se espera é que se consiga zerar o número desse tipo de acidente fatal. É algo difícil, mas não impossível. O próprio Infosiga, vez ou outra, registra índices assim em algumas cidades. E, sem esboçar juízo algum, vias públicas não foram feitas para que pessoas morressem.
O Estado, em todas as suas esferas - municipal, estadual e federal - não pode se dar o direito de se contentar com resultados de levantamentos, por melhores que sejam. Por outro lado, seria injusto desconsiderar o esforço de alguns gestores ao lidar com o problema. Campanhas, fiscalizações, melhorias em vias são exemplos de iniciativas importantes.
Mas as ações não podem parar por aí. É necessário que esse seja um desafio de governo. Os números, especialmente os ruins, devem despertar um clamor por novas medidas, criativas, pontuais, acertadas, mesmo que duras. E isso sem deixar de lado a responsabilidade dos próprios motoristas em ocorrências de trânsito, o que é evidente em boa parte dos casos.
Por fim, o momento pede atenção ainda maior, já que o Carnaval está às portas e com a tendência de mais acidentes. A reportagem de hoje sobre o assunto, assinada pelo repórter Felipe Antonelli, mostra aumento de 34% em mortes no trânsito nesta época em 2019. Espera-se que isso não ocorra desta vez. As respostas, os dados de fevereiro do Infosiga é que dirão.