Levantamento divulgado anteontem pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apontou que a quantidade de chuvas que atingiram o Alto Tietê, principalmente onde estão concentrados os reservatórios do Sistema Produtor Alto Tietê, superou a média histórica. Essa informação foi manchete ontem no Dat e teve destaque também no Mogi News.
O estudo revelou que a pluviometria para o mês foi de 250 milímetros, sendo que a média histórica é de 246. A última vez que isso ocorreu foi em 2012, quando o mesmo período fechou com um índice pluviométrico de 382 milímetros. Outra comparação também revelou que a quantidade de chuvas aumentou 18% em relação a janeiro do ano passado.
Essa informação do volume de água no Alto Tietê veiculada ontem, mais a revelação da Defesa Civil do Estado de São Paulo, que é divulgada nesta edição, sobre a possibilidade de desabamentos em áreas de risco, deve deixar a população em alerta.
Em razão do solo estar encharcado por causa da chuva que ocorre praticamente todos os dias, o risco de desabamentos aumenta. Por isso, a atenção deve ser redobrada.
É fato que não é possível controlar o clima. Anos atrás a região e parte do Estado sofriam com um dos verões mais secos dos últimos anos, o que deixou os reservatórios em estado de atenção. Hoje, as represas possuem considerável reserva. Por sua vez, as ações humanas devem ser melhor fiscalizadas, ao menos neste caso.
Já foi dito em diversos editoriais sobre os perigos de construções em locais de risco, como as Áreas de Proteção de Ambiental (APAs). Também é sabido que as prefeituras não são onipresentes e que ações de ocupações, às vezes, passam despercebidas. Mas é preciso um esforço a mais em não permitir que essa população construa e resida nestas localidades. Reconhecemos que impedir isso é quase impossível, uma vez que algumas regiões ficam distantes do centro, entretanto o volume de chuvas acima da média e o alerta da Defesa Civil pedem um esforço maior para que tragédias sejam evitadas.