Reportagem veiculada ontem nos jornais do Grupo Mogi News revelou que o preço dos combustíveis vem subindo desde o começo do mês passado. Durante a chegada de caminhões para abastecer os postos há espaços para algumas pequenas reduções, mas o que se vê, ao menos no Alto Tietê, é a elevação dos preços. Culpa desse aumento se deve ao mercado internacional e ao câmbio, uma vez que o Brasil vincula a venda desses produtos a estes dois fatores. Até ontem não havia nenhuma sinalização de intervenção no aumento dos preços por parte da Presidência da República.
O preço elevado incomoda os proprietários de veículos. Muitos os utilizam para ir e voltar do trabalho, levar crianças na escola, entre outros afazeres. Há tempos os brasileiros, incluindo os moradores da região, tinham automóveis apenas para passear.
Talvez o grande fator para que os veículos tivessem sua ocupação inicial - que era a de passear - alterada se deva ao fato do crescimento desordenado das grandes cidades e a deficiência dos transportes coletivos. No caso do Alto Tietê, a comparação deve ser feita dentro do perímetro que envolve a Região Metropolitana de São Paulo.
Com o crescimento, o centro paulistano ficou caro e jogou a parte da população para as periferias e, depois, para os municípios vizinhos. Esse crescimento não tem relação com quem optou por morar em outra cidade, mas quem foi obrigado porque não tinha condição de bancar o custo de vida na capital, mesmo ainda trabalhando por lá.
Em paralelo está o transporte coletivo, que parece estar sempre defasado em relação à quantidade de usuários que precisa deixar os municípios menores em direção a São Paulo. Para enfrentar essa situação, muitos moradores acabam lançando mão do uso do automóvel.
Não é o ideal. O carro deveria ser usado somente para o deslocamento de lazer, não para ir até o trabalho. Nesse cenário, a melhoria dos transportes públicos e a descentralização do emprego ajudaria boa parte da situação. Melhoraria ainda mais se o preço dos combustíveis estivesse em um patamar aceitável.