Em tempos de discussão constante sobre o futuro dos jovens brasileiros, como eles se relacionam com a cultura, com a leitura e com a internet , a Educação surge novamente como uma necessidade básica das nossas crianças e adolescentes, especialmente quando o Brasil não apresenta um bom desempenho nesses dois quesitos, de acordo com a principal avaliação da educação básica no mundo, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
Segundo o levantamento divulgado ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil aparece entre as 20 piores colocações no ranking das três áreas acompanhadas pelo exame: Matemática, Ciências e Leitura. Ao todo, foram analisados dados de 2018 de 79 países.
Desde 2015, ano em que foi feita a última pesquisa e que foram avaliados 70 países, o Brasil caiu da 63ª para a 67ª colocação em Ciências, superando apenas países como Cazaquistão e Bósnia. Já em Matemática, o país desceu do 66º para o 71º. Em Leitura, praticamente não houve avanço, conseguindo apenas passar da 59ª para a 58ª posição.
Que o Brasil não apresenta bons resultados em pesquisas relacionadas à Educação não é nenhuma novidade, mas a questão que fica é até quando aceitaremos calados esse rebaixamento constante retratado em levantamentos como o Pisa? Até quando nos contentaremos com políticas públicas que pouco fazem efetivamente para a melhoria do ensino?
No Brasil, grande parte da Educação Básica, pelo menos os anos iniciais, é de responsabilidade dos municípios. Temos que cobrar soluções das prefeituras. O poder Executivo, por sua vez, que cobre o respaldo necessário do governo do Estado, que deve cobrar também o governo federal.
Em entrevista concedida ontem, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o resultado ruim do Brasil no Pisa é "integralmente culpa do PT". O fato é que esse tipo de comentário já não interessa mais. O que precisamos agora é que se faça algo capaz de mudar esse cenário e o quanto antes melhor.