A construção da Maternidade Municipal, no distrito de Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, cuja pedra fundamental será lançada nos próximos dias, tem um sentido bem mais amplo do que uma simples obra pública para a população da cidade. Ainda que seja o ato simbólico do início de um empreendimento, serve para elevar o patamar da cidade no quesito saúde, uma das áreas mais desprezadas pelas administrações atuais no país. Volta e meia, nos chegam notícias sobre filas e atendimento precário nos postos de saúde e da falta de leitos hospitalares e de profissionais para executar os serviços. A demanda é sempre muito superior à capacidade da oferta, o que gera o sistema caótico do setor na maioria dos municípios brasileiros.
De acordo com a administração mogiana, a futura unidade maternal vai dobrar o volume de partos realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em números, serão 8 mil metros quadrados de construção do prédio com sete andares; o espaço vai abrigar 51 leitos, dez leitos de UTI Neonatal, dez leitos de cuidados intermediários, além de UTI Adulto, Centro Obstétrico e demais áreas especializadas. O custo da obra, estimado pela empresa vencedora da licitação, o Consórcio CDG/Sahliah, é de R$ 35 milhões. O valor não é pequeno, mas o benefício da nova unidade certamente vai ultrapassar as expectativas. Investir em saúde é uma demonstração de maturidade administrativa, sinal de que os resultados imediatos cedem vez ao planejamento futuro.
É difícil comparar a situação financeira de cada município do Alto Tietê, porém, cobrar que as cidades vizinhas de Mogi sigam a mesma trilha na questão da saúde, não é utopia. Afinal, a região precisa unir forças para superar os momentos mais delicados e a integração entre os setores é uma boa saída. Os benefícios oferecidos por uma cidade devem ser extensivos aos moradores de outras. A construção de uma unidade hospitalar deve ter o conceito de abrangência ampliado. É possível, sim, estabelecer prioridade aos moradores locais, mas as portas não podem ser fechadas para o vizinho. As outras cidades também deveriam pensar assim.