A primeira audiência pública realizada ontem pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), no auditório da Brazcubas Educação, em Mogi das Cruzes, para esclarecer como e quais serão as obras na rodovia Mogi-Bertioga
(SP-98) após a concessão à iniciativa privada, teve boas e más notícias à população. No "frigir dos ovos", os participantes não saíram da reunião muito satisfeitos.
A primeira boa notícia é que um trecho de seis quilômetros - entre Taiaçupeba e o início da serra - será duplicado. Mas, essa ajuda é pequena e está longe de atingir os anseios dos usuários, e ai já temos também o primeiro ponto negativo, já que havia a expectativa de uma obra maior, como a duplicação no trecho de serra, que não ocorrerá. O outro ponto que deve ser destacado positivamente é que via não terá cobrança de pedágio.
Além do problema do tráfego intenso, sofrem também os moradores que vivem no entorno, principalmente aos finais de semana, quando a locomoção fica ainda mais complicada. A rodovia foi inaugurada no início dos anos de 1980 e, como já foi alertado por especialistas, há anos, ela pagaria o seu preço pela falta de planejamento.
Segundo afirmou ontem o diretor-geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho, alguns trechos terão acostamento que deverão auxiliar o trânsito nos períodos mais congestionados. Essas novas faixas serão liberadas quando necessário, mas, definitivamente, não era apenas isso que os viajantes e moradores esperavam. A Mogi-Bertioga se transformou, há décadas, no caminho utilizado por muitas pessoas que não moram aqui na região e merecia mais atenção.
Como lado positivo para quem pega estrada, a Artesp anunciou que um grande corredor será formado para facilitar quem vai ao litoral, desde a estrada do Pavan, na saída da Mogi-Dutra (SP-88), até o trecho de serra.
Para completar, o pedágio na Mogi-Dutra foi confirmado no km 45. Essa parte do projeto, por motivos óbvios, foi a que mais causou polêmica. A implantação do pedágio, que ajudará o Estado a pagar as obras do ano que vem, talvez não seria tão criticada se o governo favorecesse mais a população de Mogi e região.