Há 35 milhões de almas vagando em busca de um lar. Concentrados no Oriente Médio, os curdos, permanecem apátridas, invisíveis aos olhos internacionais, pagando suas penas, eis que, não poucas vezes, reféns das grandes potências.
Até que se propôs em 1920, através de acordo em Paris, doar-lhes faixa de terra onde se estabelecessem como país, mas, em seguida, idos de 1923, como soe acontecer no concerto internacional, França, Inglaterra, e outros, se assenhoraram do terreno prometido e o acerto oficializado foi para o espaço.
Na refrega proposta pelo Estado Islâmico, na pretensão de conquistar o seu califado, crentes nas promessas americanas, os curdos tomaram partido, opondo-se ferrenhamente aos terroristas, perdendo vidas a granel. Dever cumprido, vencida em termos a contenda, quando, outra vez, esperavam pelo apoio do imenso potentado, foram traídos.
Sob a desculpa de que os Estados Unidos devem se afastar dos intermináveis combates em que se veem envolvidos, o presidente Trump determinou a saída de suas tropas da região, inclusive aquelas que, ao norte da Síria, protegiam os frágeis aliados. Explicitamente, em um dos seus despudorados discursos, mostrou-se insensível ao drama humano, bradando que os envolvidos no drama que se resolvessem.
De imediato, o presidente da Turquia um aprendiz de genocida, se propôs a iniciar ataques aos despreparados "inimigos", assim vistos porque apoiam o partido político PKK, tido por ele como movimento terrorista.
Mais uma vez o medo cerca os desprotegidos, que, ao longo do tempo, envoltos em esperanças, esperam o fim de seus calvários.
Não têm banqueiros de ponta a lutar por suas justas pretensões; não são donos de vez e voz na imprensa internacional; não contam com a defesa intransigente da ONU; portanto, não esperam a reedição do "milagre" de Israel.
Contando apenas com si mesmos, agora talvez entendam que, para os grandes países, são só fontes de problemas, desprezíveis fantasmas que não merecem considerações!