Três assassinatos a motoristas de aplicativo no Alto Tietê em apenas um mês. Os crimes ocorreram nos dias 2, 18 e 29, em Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano, respectivamente. É muita coisa para uma região que experimenta, sequencialmente, a redução nos casos de homicídios a cada mês. Existe grande apreensão da categoria sobre o assunto, já houve até manifestação de profissionais de Mogi e Suzano pedindo mais segurança para trabalhar.
A situação é preocupante. Da mesma maneira que a população pode fazer uso de um serviço confortável, em qualquer horário, os motoristas correm o risco de assalto em cada chamada pelo celular. Apesar da queda nos assassinatos nas estatísticas, o Brasil ainda é um país muito violento. Aquela velha máxima que diz "saímos para trabalhar, mas não sabemos se voltamos para casa" nunca esteve tão atual, mas parece que o antigo ditado caiu, infelizmente, como uma luva para a categoria.
De certo modo, parece não ser difícil roubar um motorista de aplicativo. Esse prestador de serviço, em grande parte das vezes, é alguém que precisa colocar comida na mesa porque está desempregado e não pode se dar ao luxo de recusar uma corrida, por menor que seja, por isso acabam indo, literalmente, com a cara e a coragem para cada atendimento, ou seja, cada chamada é, na realidade, um crime em potencial.
Sabemos que as forças de segurança, como as policiais e guardas civis, não estão em todos os locais ao mesmo tempo, por isso se faz necessário a adoção de algumas medidas para tentar diminuir essa triste realidade. Uma delas, que não acarretaria tantos problemas, seria o fim da aceitação de dinheiro por parte dos motoristas. A proposta encontra precedente com os casos de roubos a ônibus, que eram mais frequentes em todo o Brasil quando a maior parte do pagamento da passagem era feita em dinheiro. Hoje, ainda há pagamento em espécie, porém o bilhete eletrônico é mais usado.
O importante é que uma solução tem de ser arranjada porque esse pessoal precisa trabalhar sem ter de se preocupar se volta ou não para casa.