A trágica morte de mais uma criança no Rio de Janeiro colocou em foco a atuação policial naquele Estado. O Rio vive em estado de guerra, o tráfico de drogas e as milícias tornaram a cidade um palco de terror e morte. Dezenas de policiais são assassinados, mas a mídia não repercute tanto como repercutiu a morte da criança.
É evidente que a morte de uma criança causa comoção e é repugnante para toda sociedade civilizada, mas a culpa é da polícia e ponto? Em entrevista, o general Mourão, que atuou nas forças de intervenção militar na capital do Rio, foi muito enfático ao afirmar que ninguém das comunidades irá acusar o tráfico pela morte da criança, essa acusação seria a pena de morte para o acusador. Por isso assistimos o motorista da Kombi onde a menina foi vitimada ser categórico ao imputar a culpa pelo homicídio aos policiais.
Há uma grande inversão de valores no Rio, as forças de segurança são vistas como inimigas, quando os verdadeiros inimigos são o crime organizado, a guerrilha do narcotráfico e a milícia que atuam livremente. Assistimos nos noticiários a acusação de corrupção de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, a mais alta Corte do Estado, que teria vendido decisões para soltura de criminosos. Dois ex-governadores presos e dezenas de deputados e políticos acusados de corrupção.
A morte da criança deve ser repudiada, investigada e seus autores rigorosamente punidos, mesmo que policiais, mas o que não se pode fazer, como se tem assistido, é criminalizar as forças de segurança e se calar diante de guerrilheiros traficantes e milicianos. Esses são os verdadeiros inimigos do Rio de Janeiro.
Policiais corruptos, torturadores e assassinos também são bandidos e jogam no time dos inimigos. Devemos respeito pela morte de inocentes e pela dor dos familiares, mas é fundamental a valorização, o respeito e o apoio aos heróis que arriscam suas vidas para proteger a sociedade, eles também morrem. Só esse ano foram assassinados 45 e essa situação é insustentável, é isso que precisa mudar.