O abuso sexual infantil é algo que aflige meninos e meninas, sendo essas as mais atingidas, por, segundo pesquisadores no assunto, haver uma construção cultural equivocada na sociedade, onde se valoriza mais os homens em detrimento das mulheres, sendo essas desprestigiadas no trato e menosprezadas em seu valor, chegando, em alguns casos, a patamares análogos a objetos. E é nessa fase que são agredidas violentadas e até mortas.
Segundo, ainda, estudiosos na área, 97% desses crimes ocorrem no seio familiar e 3% tendo, como autores, pessoas estranhas.
A violência não se restringe no abuso físico, mas também a situações a que são submetidas e que, não necessariamente, são intencionais. Chamou atenção a publicação da psicóloga Tamiris Carvalho, que, aparentemente, expôs uma experiência vivida por ela mesma.
Contou ela que, quando desenvolvia trabalho de educação sexual numa escola, recebeu um pedido de socorro de uma criança de 6 anos, a qual, juntamente com outras da sua idade, haviam sido orientadas de que o corpo era especial e precioso e que deveriam protegê-lo.
Pedia, a criança, ajuda à sua mãe, pois ela não sabia proteger seu corpo, onde, segundo ela, os pais ficavam um em cima do outro, fazendo sons feios e seu pai batia em sua mãe, que sentia dor. Disse, ao final, que tinha medo que o pai matasse a mãe na cama.
Percebendo a aflição da criança e entendendo estar muito confusa, a profissional conversou com os pais, pessoas probas e conceituadas, os quais, ao tomarem conhecimento dos motivos ensejadores da reunião, ficaram arrasados e extremamente envergonhados. Lamentando os fatos motivadores da preocupação da filha, disseram que tinham a certeza de que ela estava dormindo, conduta inconsciente que levou a criança a uma situação de violência, a um abuso sexual sem contato físico, quando foi exposta a cenas de sexo. Segundo ainda a psicóloga, as crianças de até os 8 anos, tem a impressão de que o pai está maltratando a mãe, deixando-as extremamente perturbadas e angustiadas.