Clima tenso, onde, estabelecidos os perímetros de segurança, o local é isolado e somente pessoas autorizadas podem permanecer. O comandante, denominado gerente da operação, abastecido de informações do local e dos envolvidos, define sua estrutura. Um ônibus circular estava parado em diagonal sobre a ponte Rio-Niterói. Em seu interior, vários passageiros, subjugados por uma arma, estavam dominados por um jovem de 20 anos, o qual ameaçava queimar o coletivo.
Na ocasião, ele chamou a atenção por estar escondendo parte de seu rosto utilizando um lenço com desenho de caveira, muito semelhante ao que foi usado por um dos autores do recente massacre em uma escola da região e que, resultou na morte de alunos e funcionários.
Um negociador, acompanhado por um psicólogo, é destacado para iniciar contato com o criminoso, também chamado "causador da crise", e por meio de técnicas empregadas, busca-se informações que nortearão os demais passos na operação. Dados pessoais, ligações parentais e ideologia ajudam a construir o perfil do criminoso e determinar a motivação do crime.
Num cenário como o apresentado, seguindo um protocolo internacional, profissionais conhecidos como atiradores de elite são designados em pontos estratégicos e longe das vistas do criminoso. De difícil decisão, é o ultimo recurso a ser utilizado pelo comandante da operação, pois, dependendo da circunstância, determina a perda de uma vida. O profissional de escol se mantém posicionado, observando os movimentos e, sempre em contato com o comandante, aguarda a liberação para atuar.
Muito embora afligido por uma tempestade de sentimentos, dotado de elevado grau de controle emocional, o policial foca a atenção em sua missão e, em total confiança no diagnóstico formado pelo gerente da operação, no seu tempo, age. Foi o que ocorreu diante do comportamento agressivo do criminoso e pelo esgotamento das negociações. Em risco por um fio, 39 vidas foram preservadas em detrimento de uma, a do "causador da crise".