O governo do Estado aprovou um lote de rodovias que será concedido à iniciativa privada. Entre elas, está a Mogi-Bertioga (SP-98) principal acesso na Região Metropolitana de São Paulo para os motoristas que desejam acessar as praias do litoral norte. No Alto Tietê, a via também serve de acesso ao litoral sul, para cidades como Guarujá, Santos e Praia Grande.
Com o repasse, o Executivo paulista espera que sejam investidos cerca de R$ 3,2 bilhões na rodovia. A licitação para conhecer a empresa que será a administradora da SP-98 deve ocorrer no ano que vem. Além da cobrança do pedágio, inevitável para autoestradas sob concessão, a Mogi-Bertioga também deverá receber um pacote de obras que será tocada pela empresa ganhadora da licitação.
Em um primeiro momento, o motorista que faz uso frequente da via pode ficar descontente com o repasse para uma administradora privada, uma vez que a cobrança de pedágio é item praticamente certo. Se não for dessa forma, fica impossível promover as melhorias que uma estrada tão importante quanto essa realmente precisa. Apesar disso, ainda não há a confirmação de quanto será cobrado para trafegar por ela.
O problema é que a Mogi-Bertioga não é uma rodovia comum. Há pontos em seu traçado que fazem os cabelos da nuca ficarem arrepiados dado o perigo que a via oferece. Boa parte desse trecho está localizada entre os km 80 e 89, setor onde ocorre a maioria dos acidentes com morte. O mais famoso deles foi com o ônibus dos universitários que estudavam em Mogi das Cruzes e bateu nas rochas na altura km 84, em 8 de junho de 2016. O acidente matou 17 estudantes e o motorista do veículo. Além desse caso, há repetidas quedas de barreira ao longo da via que bloqueiam o tráfego e por pura sorte não trouxeram consequências mais graves.
Transferir uma rodovia à iniciativa privada nem sempre parece ser a melhora solução, já que vai onerar os motoristas, mas no caso da Mogi-Bertioga, com seu histórico nebuloso de acidentes, pode ser uma boa solução, desde que façam as obras necessárias para a via.