O candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), está com a mão na faixa presidencial. Isso é o que mostram as pesquisas e o que o próprio deputado afirma, já que, com o passar dos dias, fica cada vez mais difícil para o concorrente Fernando Haddad (PT) tirar a grande diferença de votos válidos. O tempo é curto até a votação do segundo turno das eleições, marcadas para o próximo dia 28, e, depois de 16 anos no poder, parece que chegou a vez do PT se despedir.
O maior adversário do candidato do PSL daqui para frente parece que será ele mesmo. O "fenômeno" Jair Bonsonaro é um caso muito curioso e inédito no Brasil. Com frases de efeito (e que efeito) e muita atitude, o candidato elevou o nome do partido, mesmo sem ter propriamente um programa de governo. O único projeto chama-se "Jair Bolsonaro" - um tiro no escuro, que não sabemos o que ou quem irá atingir. O PSL quase que não existia antes de Bolsonaro. Eram apenas oito segundo de propaganda na televisão, devido à baixa representatividade no Congresso. Agora, a mesa virou. O PT, atualmente dono da maior bancada na Câmara dos Deputados, mas que virou sinônimo de corrupção ou de assistencialismo, vai perder muito espaço para o PSL, que, por sua vez, terá sua representatividade ampliada entre os parlamentares, fato comum quando um partido chega ao poder. Assim, o PT vai ficar com a segunda maior bancada - mais uma derrota.
Mas, qual seria a razão para tanta devoção a Bolsonaro? O fato de, talvez, não ser corrupto? Como ele mesmo diz repetitivamente quando alfinetado: "me chama de corrupto, po...". Ao mesmo tempo que quer deixar claro para população que não está envolvido em nenhum esquema de corrupção, em outros momentos se contradiz, ao alertar: "Ser honesto e transparente não é uma virtude, é obrigação".
Infelizmente, parece que o brasileiro, que deu sinais positivos ao "acordar o gigante", há cinco anos, ainda não está maduro para votar, independentemente de quem vença a eleição. Fica cada vez mais explícito que a escolha da população é pelo menos pior. Mas, se é isso mesmo, para que tanta devoção?