Que a solução para um trânsito menos perigoso e caótico é o desenvolvimento e aperfeiçoamento do transporte público, além do uso maciço das bicicletas, todos já sabem. Mas, enquanto estes progressos utópicos não acontecem, os motoristas são obrigados a enfrentar uma verdadeira "selvageria" no trânsito ao sair de casa com o seu veículo, principalmente nos horários de pico. Seja na nossa região ou na capital paulista, assim como em muitas cidades do País, o trânsito continua matando muita gente. A cada dia, pelo menos um motociclista se envolve em acidentes de trânsito em Mogi das Cruzes. E os números não são proporcionalmente muito diferentes em relação às outras cidades do Alto Tietê. Segundo o secretário municipal de Transportes de Mogi das Cruzes, Nobuo Aoki Xiol, "o comportamento dos motociclistas é o principal motivo das batidas". Um exemplo disso é a circulação de motos pelos corredores do trânsito que, em teoria, não foram feitos para nada além de dividir as faixas. Mas na prática é bem diferente. E é justamente esse um dos grandes benefícios de quem tem moto: não ficar parado no trânsito. O ato, porém, coloca o motociclista e demais motoristas em constante risco de acidente.
No ano passado foram emplacadas 45 mil motos em São Paulo, o que representa 123 por dia. Em 2000, eram 4 milhões de motos circulando no Brasil. Hoje já passam dos 20 milhões.
Exitem algumas dicas básicas para a própria segurança do motociclistas, como trafegar sempre com os faróis acesos, durante o dia ou à noite e evitar "costurar" o tráfego em engarrafamentos - o que é considerado direção ofensiva e mancha a imagem do motociclista, visto por muitos como os "vilões do trânsito paulista".
É verdade que muitos usuários de motos dirigem de forma intimidadora. E o melhor a se fazer é "respeitá-los", já que existe uma nítida irmandade entre os motoqueiros. É verdade também que esta é uma característica do trânsito paulista. Moradores de outras cidades se assustam com esta situação, muito por causa da dirigibilidade ofensiva de carros e motos. No Rio de Janeiro, por exemplo, quem têm fama de serem os "manda-chuvas" do trânsito são os taxistas e motoristas de ônibus. Motoqueiro não têm vez por lá e, sequer, trafegam pelos corredores de trânsito. Em terras fluminenses, ou o condutor da motocicleta anda atrás dos carros ou causará revolta nos demais motoristas.
A moto é uma solução ao condutor, quando usada de maneira responsável, tanto pela sua praticidade quanto pela economia. Mas nada disso está sendo compensador, já que cerca de 40 motoqueiros morrem por dia no Brasil.