O cantor Raul Seixas, nascido em Salvador, em 1945, faleceu aos 44 anos, no dia 21 de agosto de 1989, em sua casa, na cidade de São Paulo, vítima de uma pancreatite aguda. Mesmo após trinta anos do ocorrido, a autenticidade do ídolo de muitos brasileiros que, segundo ele próprio, não tocava rock, nem forró, nem MPB, mas sim, "Raulseixismo", continua formando novos fãs. Uma das maneiras de propagar o trabalho de Raulzito, em grande parte, se deve aos cantores covers, que realizam shows em homenagem ao artista.
Muitos profissionais da música escolheram fazer cover de Raul Seixas como forma de ganha pão. Alguns se vestem e se comportam como ele. Outros, seguem a direção contrária e, mesmo vivendo de "Toca Raul" noite afora, dispensam a caracterização e não se importam em ter a coleção mais completa de discos, nem em memorizar os acontecimentos da vida de Raul Seixas em detalhes. Este é o caso do cantor paulistano, que mora em Suzano, Paulo Mano (56) que, apesar de fã, dá mais valor à música do que ao fanatismo. "Quando ouço Raul me emociono", resume. Ele recebeu a reportagem do Mogi News em sua casa, com violão em mãos. Mesmo não sendo o foco de seu trabalho, a semelhança com Raulzito é inegável.
Mano começou a ouvir as músicas de Raulzito aos 12 anos. Em seus 39 anos de carreira, 30 são dedicados ao cover do famoso músico baiano, nascido em Salvador. "Eu tinha uma banda de pop rock, comecei a fazer cover de Raul em 1990, depois que ele faleceu. Foi um amigo meu quem me incentivou", conta Mano.
Segundo o artista, o trabalho dos cantores covers influencia no fomento ao ídolo, principalmente as novas gerações. "Os cantores que realizam este trabalho de disseminação são muito importantes para que os jovens entendam o trabalho de um cantor que marcou época. Várias pessoas já me disseram que conheceram novas canções do Raul após assistirem a um de meus shows. Nosso papel é não deixar o artista cair no esquecimento", destacou.
Raul Seixas era uma pessoa de personalidade forte e dizia o que pensava, sempre com deboche, até como forma de "driblar" a forte censura. "Considero a música "Cambalache" uma das mais atuais que ele já cantou. Se encaixa perfeitamente no momento do país. Ela diz assim: "Se o mundo foi e será uma porcaria eu já sei. Em 506 e em 2000 mil também'", cantarolou Mano.
*Texto supervisionado pelo editor.