Ser campeão, superar o maior rival no retrospecto histórico em decisões estaduais e ainda impedir o tetracampeonato histórico do adversário. O Palmeiras conquistou tudo isso ontem, ao bater o Corinthians, nos pênaltis, no Allianz Parque, por 4 a 3 após um empate por 1 a 1 no tempo normal. Após sair na frente com Luiz Adriano e levar o empate com Jô no último lance, o clube volta a conquistar a taça estadual após 12 anos.
O sábado alegre do Palmeiras quase foi estragado por um pênalti cometido por Gómez aos 51 minutos do segundo tempo. Ainda assim, o time controlou o nervosismo e levou a melhor sobre o rival graças a Weverton, que defendeu as cobranças de Michel Macedo e Cantillo. O gol decisivo foi marcado pela principal revelação deste Estadual. Aos 20 anos, o volante Patrick de Paula deixou o dele.
Tricampeão nas últimas temporadas, o Corinthians sonhava com um tetra inédito na era profissional do futebol paulista. No entanto, viu o rival jogar melhor e ainda voltar a ficar na frente no retrospecto. Em sete finais estaduais com confronto direto entre os clubes em 103 anos de história, o Palmeiras agora tem vantagem: 4 a 3.
A conquista tem um peso especial para o técnico Vanderlei Luxemburgo. O treinador é o único a ter conduzido o Palmeiras a vencer o Estadual desde que Oswaldo Brandão foi campeão em 1976. O atual comandante conquistou em 1993, 1994, 1996 e em 2008. Naquele ano, a comemoração foi ainda no antigo Palestra Itália. Agora foi a vez de o Palmeiras poder festejar pela primeira vez um título paulista dentro da sua nova arena.
O Allianz Parque ganhou uma decoração especial para o jogo. A torcida espalhou bandeiras, mosaicos e imagens de antigos ídolos do clube, enquanto que no vestiário justamente a aparência causou um problema. O Corinthians não gostou de ter visto as paredes e armários com imagens de títulos do rival e improvisou uma reforma. Membros da comissão técnica colaram por cima papéis em branco e preto e bandeiras para mudar o visual do local.
Depois de um empate sem gols de poucas emoções no jogo de ida, na quarta-feira, os rivais estavam mais dispostos a procurar o ataque no Allianz Parque. Os times conseguiram se movimentar mais e apostar principalmente no setor esquerdo. Inclusive, foi por essa região do campo que o palmeirense Zé Rafael encontrou Willian, que aos seis minutos obrigou Cássio a fazer uma defesa espetacular.
Apesar da disposição dos times para atacar, o primeiro tempo da final não teve uma grande lista de melhores momentos. A insatisfação com as atuações ficou evidente quando os dois treinadores fizeram três alterações voltadas a dar mais velocidade aos times. Quem se saiu melhor foi o Palmeiras, que saiu na frente graças à visão do lateral Viña. O uruguaio cruzou com perfeição para Luiz Adriano subir e de cabeça, tirar de Cássio.
O gol finalmente deixou a decisão emocionante, pois obrigava o Corinthians a se arriscar no ataque. O relógio corria e deixava o técnico corintiano, Tiago Nunes, cada vez mais agitado na área técnica. O time não respondia e ainda perdeu o lateral Fagner, machucado. Nas poucas vezes em que o Corinthians conseguia chegar à área adversária, chutava torto e sem perigo. Ansioso pela conquista, o Palmeiras recuou bastante nos minutos finais e só teve um grande susto. Gómez errou o tempo de bola e derrubou Jô na área.
O desânimo não tirou do Palmeiras a concentração para se dar bem nos pênaltis. Embora tenha sido campeão paulista sem vencer clássicos, isso não tirou dos jogadores a sensação de ter conseguido uma revanche após em 2018 o Corinthians ter sido campeão em pleno Allianz.
Nas penalidades, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Lucas Lima e Patrick de Paula converteram, enquanto Bruno Henrique perdeu. Do lado do Corinthians, Danilo Avelar, Sidcley e Jô balançaram as redes. Mas Michel Macedo e Cantillo perderam, ambos parando em Weverton.