Um clube criado nos subúrbios de Paris há 50 anos com a proposta de dar à capital francesa um time competitivo pode, hoje, a partir das 16 horas (de Brasília), ganhar a Liga dos Campeões da Europa. O Paris Saint-Germain joga em Lisboa na final contra o Bayern de Munique, da Alemanha, reforçado pelos dois componentes que transformaram a sua história: o talento dos jogadores brasileiros e o aporte do fundo de investimentos do Catar iniciado em 2011.
Neymar, Marquinhos e Thiago Silva representam atualmente a longa tradição brasileira no PSG. O primeiro a desembarcar na capital francesa foi o zagueiro Joel Camargo, em 1971. Pouco depois de participar da campanha vitoriosa na Copa do Mundo de 1970, o ex-santista representou a proposta dos dirigentes de buscar no Brasil a competência para se levar adiante um projeto que naquela época era bem modesto.A grande virada do PSG veio na década de 1990, graças a outros brasileiros. Raí, Valdo, Leonardo e Ricardo Gomes formaram parte de uma geração vencedora e capaz de fixar a relação entre o País e o clube. Dos nove títulos nacionais do clube, apenas na primeira conquista, em 1986, não havia brasileiros no elenco. "A chegada de vários brasileiros nos 1990 fez o clube mudar totalmente. Nós conquistamos títulos e o PSG se tornou uma potência", lembra Ricardo Gomes.
Ronaldinho defendeu o clube entre 2001 e 2003. Neste século, Nenê, Aloísio, Lucas Moura, Thiago Motta e Daniel Alves foram alguns dos brasileiros com passagens pelo PSG. Mais recentemente, em 2011, os investidores do Catar assumiram o controle e fizeram várias contratações de peso para conseguir uma nova revolução, mas dessa vez voltada à conquista da Liga dos Campeões.
Segundo dados do PSG, o público brasileiro forma a maior parte dos seguidores do clube nas redes sociais, até mesmo mais do que franceses. Em 2014, o time abriu uma rede de escolinhas de futebol no País. Hoje são 4 mil alunos em 18 unidades. "Para o PSG, o Brasil faz parte do DNA do clube. Existe forte relação ainda mais agora com os garotos fãs do Neymar", disse o diretor e sócio da PSG Academy no Brasil, François Marot.
Em 2019, o PSG lançou um programa de sócio-torcedor exclusivo para brasileiros. São cerca de 5 mil participantes. Com mensalidades a partir de R$ 2,90, os fãs podem acompanhar jogos e conferir vídeos exclusivos traduzidos para português. "Uma das premissas do programa brasileiro é não competir com os times locais. O PSG quer se posicionar como parceiro, não como concorrente", diz o diretor executivo do MyParis Brasil, Michel Cardoso.