Região - Nesta terça-feira é celebrado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, data em que é lembrado o princípio com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No Brasil, a data serve como alerta sobre os riscos do livre exercício da profissão, principalmente na cobertura das ações de governantes e agentes públicos.
A data foi criada em 1993 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), e tem como base a data da Declaração de Windhoek, assinada por jornalistas africanos em evento promovido pelas Nações Unidas na capital da Namíbia, sobre a necessidade de uma imprensa plural, livre e independente.
Segundo a organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras, o Brasil vem apresentando uma queda contínua nos índices de liberdade de imprensa nos últimos quatro anos. O último relatório, de 2021, colocou o país na 111ª colocação no ranking de 180 nações, com uma nota média de 63,75 pontos. Em 2018, o país estava na posição 102 da lista, com 68,8 pontos.
No levantamento feito pela ONG, desde o início do ano, 23 jornalistas e um colaborador foram mortos em todo o mundo no exercício de sua profissão, sendo um no Brasil. Também foram presos 459 jornalistas e 19 colaboradores devido ao seu trabalho, sendo um deles no Brasil.
Mogi New/DAT
O Grupo MogiNews/DAT, como defensor da imprensa livre e plural no Alto Tietê, tem em sua história de mais de quatro décadas vários exemplos da importância da liberdade de imprensa para a população da região.
Um dos primeiros exemplos do trabalho dos jornalistas para a verdade foi a série de denúncias de trotes violentos contra calouros em uma universidade em Mogi das Cruzes, em 1980, que serviu como ponto de partida para a luta para a mudança contra a violência institucionalizada no Ensino Superior. Nas décadas seguintes, a cobertura de escândalos e investigações contra prefeitos e vereadores de diversas cidades na região auxiliaram no processo de implantação de uma cultura de transparência na gestão pública, aproximando a população em seu papel de fiscalização dos governantes.
Mais recentemente, as coberturas da pandemia do coronavírus (Covid-19) e da articulação da comunidade contra a implantação de um pedágio na rodovia Mogi-Dutra (SP-88) consolidaram o papel dos meios de comunicação na preservação da integridade física e dos interesses da população diante de intenções de âmbito estadual e federal.
Segundo o jornalista Fábio Miranda, editor do MogiNews/DAT, "apesar do fenômeno das fake news, o papel da imprensa séria ainda é levado em conta, porque ela busca entender todos os lados envolvidos e defende os interesses do público e as necessidades das cidades da nossa região, que foi o que ocorreu, mais recentemente, com a tentativa de instalação do pedágio na Mogi-Dutra. Uma imprensa fraca não é interessante para ninguém", definiu o jornalista. (A.D.)