Mogi - Posicionamentos do governo do Estado em questões associadas à educação e mobilidade urbana geraram protestos de membros da Câmara de Vereadores, na sessão de ontem.

A primeira manifestação foi feita pela vereadora Inês Paz (Psol), durante o período do Pequeno Expediente, em que ela teceu críticas à Secretaria de Estado da Educação e à Diretoria Regional de Ensino pela volta sem restrições às aulas presenciais. Segundo ela, o governo desobedece às próprias determinações no Plano São Paulo de retomada ao instituir o retorno sem dar as condições adequadas de higienização.

"Lamentamos esta decisão, pois as escolas publicas do Estado não possuem funcionários para realizar a higienização de forma adequada, colocando em risco alunos e profissionais. Algumas escolas chegaram a protestar, mas a direção de ensino se recusa a negociar, onde soubemos de uma nota em que os manifestantes terão falta sem justificativa", apontou.

Em relação ao município, a vereadora reforçou que a rede municipal de Saúde deve facilitar o acesso dos alunos e profissionais da Educação para a realização de testes rápidos para detecção do coronavírus (Covid-19), e que a Secretaria de Educação possui a autoridade de seguir com protocolos próprios de retorno. "Que a Secretaria Municipal de Educação siga preocupada com a integridade dos alunos e profissionais, e não colabore com esta volta sem controle", concluiu.

Durante a fase do Expediente, Inês Paz apresentou uma moção de apelo ao Estado que reforce os quadros de profissionais encarregados pela higienização nas unidades escolares, que estão sendo dispensados gradualmente.

O vereador Vitor Emori (PL) também utilizou a tribuna para criticar o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) que emitiu, em 15 de outubro, uma portaria que, segundo o parlamentar, tentou banir o uso das estradas estaduais por ciclistas.

Segundo o vereador, a portaria 122/21 estabelecia que dois ou mais ciclistas que viajassem juntos deveriam pedir autorização prévia das autoridades e efetuar o pagamento de taxas. A portaria no entanto foi cancelada posteriormente, mas não impediu que o vereador criticar a posição do Estado: "Isto vem para atacar o direito de ir e vir das pessoas, inviabiliza o treinamento de atletas, e é um contrassenso em uma época em que se começa a debater e defender seriamente modalidades de locomoção mais limpas", concluiu. (A.D.)