A celebração do Dia do Professor, ocorrida ontem, teve um novo significado à luz do momento histórico que vivenciamos. Mais do que "o contexto da pandemia", outros fatores chegam aos debates que travamos ora silenciosamente em nossa consciência, ora publicamente em rodas de amigos, redes sociais ou diante da opinião pública.
A figura do professor está historicamente ligada aos pilares da autoridade que é exercida em sala de aula, da sabedoria que é compartilhada pelo ensinamento e pelo exemplo tácito, e pela figura de estabilidade que se coloca no ambiente escolar, significando em muitos casos a única referência que crianças vulneráveis de todas as idades podem encontrar.
A pandemia do coronavírus (Covid-19) foi um mestre dos mais inclementes para a nossa civilização nos últimos 20 meses, em que mudou pela força da urgência todos os paradigmas das relações humanas, do comércio, das prioridades tanto de governos quanto de famílias. Nossas percepções sobre o mundo ao nosso redor - e sobre a responsabilidade que temos individual e coletivamente sobre o bem-estar de todos - mudaram sob a mão pesada da pandemia.
Com os números cada vez mais favoráveis para o retorno integral às atividades que ficaram congeladas em fevereiro de 2020, vamos reaprender a ser uma sociedade integrada presencialmente. E mais do que isso, vamos trazer em primeira mão os resultados do negacionismo, da negligência, do charlatanismo e da demagogia que permearam todo o período de pandemia e suas consequências, marcadas nas sequelas físicas e emocionais que nos afetaram.
O bom aprendizado é aquele que nos acompanha por toda a vida, e que nos ajuda a ser pessoas melhores. Desde a regra de três à grafia correta de palavras que usamos no dia a dia, bons professores nos fazem levar para a vida lições úteis. Que nunca mais tenhamos que "repetir de ano" nesta lição, tanto pela doença quanto pela leniência com a estupidez dos pretensos líderes que nos empurraram para a morte e o medo.