A Câmara de Mogi das Cruzes deve formalizar hoje o convite aos representantes das empresas CS Brasil e Peralta Ambiental para comparecerem na próxima semana à sede do Legislativo para prestar esclarecimentos sobre o contrato emergencial de coleta do lixo no município.
Os convites foram elaborados após a aprovação por unanimidade dos vereadores, mediante a recente polêmica envolvendo a escolha da Peralta Ambiental como a companhia que realizará, ao longo de seis meses, a coleta e destinação do lixo residencial na cidade. O contrato assinado na semana retrasada prevê um investimento mensal de até R$ 6,7 milhões, proporcional à quantidade de resíduos.
Segundo o requerimento, os integrantes das duas empresas deverão comparecer na próxima quinta-feira, dia 19, em horários separados, para explicar a respeito dos valores e detalhes do contrato emergencial, dentre outros questionamentos.
O encontro está sendo aguardado por membros de diversos partidos que compõem o Legislativo, como uma oportunidade para os devidos esclarecimentos do acordo da Prefeitura com a empresa escolhida. "É fundamental que estes representantes compareçam, uma vez que as duas empresas - a CS Brasil no passado e a Peralta Ambiental no presente - estão recebendo dinheiro público para prestação de serviços", apontou Iduigues Martins (PT), autor e integrante da Comissão Especial de Vereadores (CEV) voltada aos resíduos sólidos.
A vereadora Inês Paz (Psol), que fez parte do grupo que fiscalizou as instalações da Peralta Ambiental, na região do Rodeio, também colocou-se favorável à vinda dos representantes. "Convites podem ser aceitos ou não. No entanto, eu aceitaria para que estas empresas possam se explicar. Caso não possam aparecer no dia, pode acontecer a chance de remarcar para outro dia, mas é importante que venham", ressaltou.
O líder do governo na Câmara, Marcos Furlan (DEM), acredita que a presença dos responsáveis pela Peralta e CS Brasil irá promover a volta à normalidade. "Acreditamos na transparência. A Câmara tem de cobrar, cumprir o seu papel", apontou.
A escolha da empresa, por meio de contrato emergencial na modalidade de carta-convite, gerou críticas por parte de membros da Câmara, principalmente da CEV dos Resíduos Sólidos, dedicada à questão dos contratos do lixo na cidade.
Além da vistoria realizada por um grupo de vereadores, às instalações da Peralta Ambiental, foram elaborados dois requerimentos em paralelo pedindo explicações para a Prefeitura sobre o contrato com a empresa de coleta de lixo. Um dos requerimentos contou com a assinatura de 15 parlamentares e foi enviada diretamente ao Executivo sem passar por deliberações, elaborada na segunda-feira. Os integrantes da CEV dos Resíduos Sólidos chegaram a apresentar um requerimento em paralelo, com indagações acerca do contrato e da atuação.
O Executivo mogiano terá 15 dias úteis para responder os questionamentos dos vereadores detalhados no requerimento.