O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) considerou uma vitória parcial o fim da obrigatoriedade do ensino presencial nas escolas durante a pandemia de coronavírus (Covid-19). A medida foi anunciada ontem pela Secretaria de Estado da Educação e definiu que a presença de alunos nas aulas passa a ser opcional nas fases vermelha e laranja do Plano São Paulo. 
Considerada como essencial pela Secretaria da Educação, as aulas nas escolas de todo o Estado deverão permanecer abertas, mesmo nas fases vermelha e laranja, as mais restritivas, para os pais que decidirem levar os filhos. Mas com a alta de novos casos, óbitos e internações em decorrência do coronavírus, o governo estadual decidiu também flexibilizar o retorno presencial.
O professor Gustavo Rodrigues, conselheiro da Apeoesp em Mogi das Cruzes, considerou o recuo do governo uma conquista. "Ao tirar a obrigatoriedade do ensino presencial para os alunos, os pais que estavam receosos em enviar seus filhos poderão se tranquilizar. Por outro lado, as escolas estarão abertas para as famílias que decidirem enviar os alunos e, com isso, os professores ainda estarão sob risco de contaminação", disse.
Um dos argumentos do governo do Estado para defender o retorno das aulas presenciais, mesmo durante as fases mais restritivas do Plano São Paulo, é a questão psicológica dos alunos, uma vez que muitos teriam entrado em depressão pela ausência de contato presencial que ocorria diariamente nas escolas. O conselheiro, no entanto, alertou que essa preocupação do governo com os alunos não é sincera. "O mesmo governo que argumenta isso não enxerga a questão psicológica pelo lado dos professores. O governo estadual também continua negligenciando condições adequadas para que os alunos possam ter dignidade no ensino, é um ataque e uma afronta aos profissionais da educação", completou Rodrigues.
*Texto supervisionado pelo editor.