A Prefeitura de Mogi das Cruzes se reuniu ontem com representantes de setores produtivos, movimentos e entidades contrários a implantação de um pedágio no km 45 da rodovia Mogi-Dutra (SP-88).
Na reunião, o prefeito Marcus Melo (PSDB) voltou a se posicionar contra o projeto da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) de concessão da via para a iniciativa privada dentro do Lote Rodovias do Litoral. Melo informou que já possui mecanismos legais para impedir o projeto e encaminhou um manifesto contra a instalação do pedágio ao governo do Estado.
"A instalação de uma praça de cobrança de pedágio na Mogi-Dutra não é um projeto adequado para a cidade. Não é um projeto justo também, pois não traz desenvolvimento econômico para Mogi das Cruzes. Pelo contrário, a proposta que foi apresentada pelos técnicos da Artesp fará Mogi pagar pelo desenvolvimento do litoral sul", declarou o Prefeito.
Além da presença de membros do Executivo e Legislativo municipal, a reunião contou com a participação de representantes da Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão (Agestab), Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes (Sincomércio), Associação de Engenheiros e Arquitetos, Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Para a Prefeitura e as entidades que participaram da reunião, o pedágio na Mogi-Dutra, além de inviável do ponto de vista técnico, não se justifica, pois a rodovia já é duplicada desde 2006 e, portanto, a concessão da pista para a iniciativa privada não traria nenhum benefício para Mogi, servindo apenas para outras cidades dentro do lote de concessões de rodovias do litoral. "Cheguei a comentar com um técnico da Artesp que se o objetivo é colocar um pedágio em Mogi das Cruzes para desenvolver outras cidades, poderiam fazer a cobrança na Avenida Paulista (na capital), então", disse Melo.
O prefeito já havia se comprometido a impedir o pedágio em outras ocasiões e, na reunião de ontem, voltou a assumir sua posição contrária ao projeto. "Para o projeto da Artesp sair do papel precisarão de licenciamento ambiental. Para conseguir este documento é preciso passar pela Prefeitura, por meio da Secretária do Verde e Meio Ambiente, nós não vamos dar essa licença", explicou.
O manifesto
Após as considerações do Executivo e dos demais participantes da reunião. O prefeito solicitou que as entidades presentes, por meio de seus representantes, assinassem um manifesto contra a instalação do pedágio. O documento foi encaminhado ao governador do Estado, João Doria (PSDB).
No manifesto, a Prefeitura se posiciona contrária à praça de cobrança, argumentando que a tarifa na Mogi-Dutra implicaria em prejuízo para todos os setores produtivos do município aumentando severamente os custos do escoamento da produção e comprometendo a chance de concorrência no mercado.
*Texto supervisionado pelo editor.