Não. Na verdade, ao longo da minha carreira, nunca tinha passado por uma pandemia, uma doença dessas proporções. No rádio, tivemos que mudar todas as nossas pautas para coronavírus, para a prevenção, entrevistando especialistas em saúde. É um momento muito diferente para nós, as pessoas estão tendo que ficar em casa e muitas delas não entendem a gravidade da doença. Temos feito todos os dias uma reflexão com os entrevistados, com o objetivo de mostrar alternativas em meio a situação que vivemos. 
O jornalista tem esse papel de aprender, entender, entrevistar, acompanhar as fontes oficiais e passar as informações para a população. O problema é que hoje temos muitas informações erradas e as fake news, disseminadas nas redes sociais. Tudo isso tem tornado a profissão um grande desafio. 
A imprensa é imprescindível para a divulgação de informações das fontes oficiais, como prefeituras, estados e governo federal, principalmente nesta época de fake news, de tantas denúncias falsas. O trabalho da imprensa, do rádio, dos jornais, das revistas e da televisão nunca foi tão importante como agora. Acredito que os jornalistas estão percebendo isso cada dia mais. 
Eu tive que mudar alguns hábitos, visando, principalmente, ter uma higienização ainda maior dos locais, como o piso da rádio, da mesa do estúdio e também dos microfones. Não estou fazendo mesa de empreendedores nem debates e não levo mais do que três pessoas dentro do estúdio para não ter aglomerações, para não colocar ninguém em risco. Tivemos que nos adaptar e utilizar a internet para entrevistas com pessoas de mais de 60 anos.