Entrou em vigor ontem a lei que obriga as empresas responsáveis pelo transporte público municipal a providenciar álcool em gel nos ônibus. O fornecimento gratuito do item passa a ser obrigatório em todos os veículos enquanto durar a pandemia.
Apesar da medida já estar valendo, diversos passageiros informaram que os coletivos continuam sem recipientes com álcool em gel.
As empresas que administram o transporte público em Mogi das Cruzes - CS Brasil e Princesa do Norte - estão sujeitas a multas nos valores de R$ 1 mil pelo não cumprimento da lei e R$ 2 mil em casos de reincidência. A Secretaria Municipal de Transportes, responsável pela aplicação de multas, informou que a fiscalização começará a ser feita a partir de hoje e reforçou que a população pode auxiliar neste trabalho.
"Já comunicamos as duas concessionárias de transporte sobre a obrigatoriedade de disponibilização de álcool em gel nos coletivos. No entanto, é importante lembrar que estes primeiros dias serão de adaptação para que os equipamentos possam ser instalados nos ônibus", declarou, em nota, a Secretaria Municipal de Transportes.
Para averiguar se a lei já está sendo cumprida, a reportagem visitou as paradas de ônibus da região central da cidade. Os usuários, além de reclamarem da lotação dos ônibus, foram unânimes em dizer que o transporte público continua sem álcool em gel.
A atendente, Letícia Maria (19), usuária das linhas E512 (Terminal Estudantes - Vila Aparecida) e E006A (Jardim Maricá via Cézar de Souza) disse que não encontrou nenhum recipiente para higienização no ônibus que utiliza diariamente. "Passamos horas dentro dos veículos, não adianta exigir que os estabelecimentos comerciais forneçam álcool em gel enquanto os ônibus continuam sem o produto de higienização. Já estamos a quase seis meses na quarentena e até agora nada", opinou Letícia.
A dona de casa, Maria Menezes (70), também é prova de que, até agora, a nova lei "é só para inglês ver". "Vim para o centro por volta do meio-dia, moro na Vila Paulista, não tinha álcool em gel no ônibus e provavelmente vai continuar sem. Isso é um descaso, uma falta de respeito com os passageiros. Se é lei, tem que ser cumprida", reivindicou.
Com a mesma indignação, o chefe de cozinha, Daniel Camilo (30), relatou que a ausência do álcool em gel já é a segunda demonstração de falta de respeito por parte das empresas com os usuários. "Primeiro, diminuíram a frota de ônibus, quando deveriam ter mantido todos para evitar aglomerações. Depois, não forneceram álcool em gel, e continuam sem fornecer mesmo se tornando lei. Não dão a mínima para os passageiros, mais um descaso das empresas com os passageiros", reclamou. 
A CS Brasil e Princesa do Norte foram procuradas pelo Grupo Mogi News e mesmo após inúmeras tentativas de contato nenhuma resposta foi apresentada até o fechamento desta edição. O histórico de não prestação de esclarecimentos por parte das empresas já ocorre desde que a Câmara dos Vereadores levantou o assunto, há mais de um mês. Quando convocadas a participarem das sessões no Legislativo para discutir o assunto também não foi enviado nenhum representante à Casa de Leis.
*Texto sob supervisão do editor.