O governo do Estado de São Paulo anunciou, ontem, que a atualização do Plano SP passará a ser mensal, e não mais a cada 15 dias como vinha ocorrendo. Desse modo, o Alto Tietê permanecerá praticamente um mês inteiro dentro da fase amarela, que ainda abrange restrições de horários e de atendimentos, uma vez que a nova atualização ocorrerá em 9 de outubro. Segundo o governador João Doria (PSDB), a medida foi tomada por questão de segurança e porque todas as região paulistas estão na fase amarela. "Devido à regressão vigorosa dos indicadores, entramos em uma nova fase de monitoramento da pandemia. Por questão de segurança, as requalificações passam a ser mensais, ao invés de quinzenais", informou.
A alteração nos critérios pode até frustrar os planos de parte da região em ascender à fase verde, entreato, esse intervalo maior poderá ajudar as cidades a se planejarem melhor e estabilizar os dados necessários para a mudança. Um levantamento feito pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) mostra a curva de evolução da epidemia de coronavírus (Covid-19) no período de março a agosto nas 11 cidades que compreendem a sub-região leste da Grande São Paulo (Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano) está melhorando. O balanço tem como base a estatística do governo do Estado, que é a utilizada para as classificações do Plano SP. 
O Alto Tietê registrou o primeiro caso de Covid-19 no dia 12 de março. Desta data até 31 de agosto foram contabilizados 37.925 pacientes infectados. As estatísticas mostram que os casos confirmados permanecem em curva crescente, mas com desaceleração significativa no ritmo nos meses de julho e agosto.
Em março, a região registrou 42 infectados por Covid-19; em abril foram 1.465; em maio 4.585; em junho 8.330; em julho 11.544; e, em agosto, 11.961. De março para a abril a evolução foi superior a 3.000%; de abril para maio de 213%; de maio para junho de 82%. Já de junho para julho o aumento de casos foi de 38% e, em agosto, de 3%.
Nos óbitos, o primeiro caso foi registrado em 25 de março. Desse dia, até 31 de agosto, a estatística subiu para 2.399. Diferente dos casos confirmados, os óbitos entraram em curva decrescente em julho e a tendência tem se mantido. Em março foram duas vítimas fatais; em abril 139; em maio 451; em junho 718; em julho 667, com queda de 7%; e, em agosto, 422, com redução de 36%.
"O pico da Covid-19 é diferente de uma região para outra porque depende de uma série de fatores, como número de testagem, capacidade instalada para atendimento de casos e taxa de isolamento social. No Alto Tietê, a exemplo do que aconteceu na capital e nas demais regiões da Grande São Paulo, nos casos confirmados tivemos uma aceleração nos meses de abril e maio, atingindo o platô no período entre a segunda quinzena de junho e a primeira quinzena de agosto", constatou a coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do Condemat, Adriana Martins.
Nos primeiros dez dias de setembro, a região contabilizou 3.217 casos confirmados de Covid-19 e 121 óbitos, totalizando 41.142 casos e 2.520 óbitos, respectivamente, desde março.
Segundo a atualização dos indicadores do Plano SP, com base nas estatísticas até 10 de setembro, a capacidade hospitalar do Alto Tietê apresenta uma taxa de ocupação de 52,3 de leitos de UTI/Covid, com a oferta de 13,2 leitos para cada 100 mil habitantes. Nos indicadores de evolução da epidemia, a região contabiliza uma variação de 0,72 em novos casos; de 0,74 em internações; e de 0,74 em óbitos. Nas internações por 100 mil habitantes, a variação é de 26,8 e, nos óbitos, a média é de 5,1.
Pelas regras vigentes para avançar para a fase verde, a taxa de ocupação de leitos de UTI deve ser inferior a 75 e a disponibilidade de leitos superior a 5. Nos indicadores de evolução da epidemia, os casos, óbitos e internações precisam ter variação inferior a 1,0. Além disso, as internações por 100 mil habitantes precisam ser inferiores a 40 e, os óbitos, abaixo de 5,0. Na fase verde, os setores que já estão ativos podem ter a capacidade de atendimento ampliadas para 60% (atualmente é 40%).