A greve dos funcionários dos Correios será julgada na próxima segunda-feira. A paralisação começou há quase um mês em todo o país e atingiu o Alto Tietê, com a adesão de 70% dos servidores que atuam na região.
O impasse da categoria já passou por duas tentativas de resolução, sem sucesso, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na primeira sessão, o TST propôs a manutenção de todas as cláusulas do Acordo Coletivo até o término da pandemia.
A decisão foi favorável aos funcionários dos Correios, que reivindicam exatamente o cumprimento desse acordo. A empresa recusou a proposta do tribunal e, em consequência, os empregados decidiram manter a greve.
O Acordo Coletivo, firmado em 2019, consiste em uma série de cláusulas que garantem direitos trabalhistas aos funcionários, como licença-maternidade, auxílio filho especial, indenização por morte, auxílio-creche e vale alimentação.
A direção dos Correios suspendeu 70 das 79 clausulas desse acordo, alegando crise financeira e prejuízo acumulado de anos anteriores. A estatal, no entanto, confirmou ter sido superavitária (sem prejuízo) em 2019.
A segunda tentativa de resolução ocorreu na sexta-feira passada e chegou ao fim sem avanços. Diante disso, a ministra do TST, Kátia Arruda, encerrou a audiência, notificando as partes de que o processo será levado a julgamento na próxima sessão, segunda-feira.
Antes mesmo da greve ter sido julgada, os descontos de salário dos empregados dos Correios já foi efetuado. Segundo comunicou o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios de São Paulo (Sintect-SP), muitos trabalhadores receberam apenas R$ 500. Antes dos descontos, a média salarial de um funcionário dos Correios era de R$ 1,7 mil, a menor entre todas as empresas estatais.
*Texto supervisionado pelo editor.