O Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de São Paulo aprovou a publicação do edital de concessão do lote de rodovias do litoral - que inclui as rodovias mogianas Mogi-Dutra (SP-88) e Mogi-Bertioga (SP-98) - para que ocorra em dezembro deste ano.
Condicionado à instalação de uma praça de pedágio, proposto inicialmente para o km 45 da rodovia Mogi-Dutra, o lote receberá investimentos de R$ 3 bilhões e a disputa entre as empresas para definir qual assumirá o trecho está sendo planejada para o primeiro trimestre de 2021.
Em resposta ao avanço do projeto, o Movimento Pedágio Não, liderado por pessoas que vivem em residências às margens da rodovia Mogi-Dutra, retornarão com a agenda de manifestações contra a instalação da praça de cobranças. Segundo o professor Paulo Bocuzzi, um dos líderes do movimento, uma manifestação está sendo agendada para a próxima semana. 
Segundo o site Valor Econômico, que publicou a informação baseado em entrevista com o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), o que se estuda atualmente é incluir neste, e em outros editais engavetados, uma cláusula contratual de compartilhamento do risco entre as partes, um mecanismo de "bandas" de demanda, pelo qual o concessionário é parcialmente compensado por quedas muito expressivas na movimentação da concessão. 
Inicialmente, o edital de concessão do lote de rodovias do litoral paulista, proposto pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), estaria previsto para ser concluído março, fato que não ocorreu devido à necessidade de alteração do projeto por parte da estatal por conta das reivindicações dos mogianos, que se recusam a aceitar a instalação da praça de pedágio.
O prefeito de Mogi, Marcus Melo (PSDB), disse no final do mês passado que Mogi das Cruzes não receberá o posto de cobrança pretendido pela Artesp, por meio da concessão de rodovias. "Pedágio em Mogi passa longe. Não teremos, não vou deixar instalar um pedágio aqui", descartou o chefe do Executivo. 
Um dos líderes do movimento contrário ao pedágio em Mogi das Cruzes, o professor Paulo Bocuzzi, afirmou que a fala "mais incisiva" do prefeito descartando a instalação do pedágio no município é "válida" e "animadora". Mas, mesmo com o apoio do prefeito Melo, Bocuzzi já vinha se mostrando preocupado com o silêncio da classe política e da própria população sobre o tema, muito em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19). "Os estudos da Artesp estão avançando. Recebo contato das pessoas falando sobre o contador de veículos em diversos pontos da Rota do Sol. Está muito claro que o projeto continua avançando", alertou, no início deste mês.
A reportagem tentou contato com a Artesp, mas até o fechamento desta edição não havia conseguido respostas acerca do tema.