A segunda reunião de conciliação entre os Correios e seus funcionários no Tribunal Superior do Trabalho (TST) ocorreu ontem e, na ocasião, o ministro do TST e vice-presidente da Corte Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, propôs a manutenção de todas as cláusulas do acordo coletivo até o término da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
A direção dos Correios recusou a proposta apresentada e em resposta os trabalhadores da estatal darão continuidade a greve em todo o país.
A decisão do TST foi favorável aos funcionários em greve, que organizaram a paralisação justamente para reivindicar o cumprimento desse acordo coletivo que foi firmado em 2019. A paralisação começou no último dia 17 depois que direção dos Correios retirou 70 das 79 cláusulas firmadas e cancelou o reajuste salarial de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios de São Paulo (Sintect-SP).
“Infelizmente, a intransigência dos Correios força a manutenção da greve. Mesmo ela informando na reunião de conciliação que faturou nesse semestre R$ 640 milhões”, declarou Douglas Melo, diretor de comunicação do Sintect-SP.
A greve ocorre em todo o país, e segundo dados fornecidos pelo sindicato, no Alto Tietê a adesão dos funcionários está em torno de 70%. O que significa 420 servidores paralisados, considerando o total de 600 trabalhadores do setor que atuam na região. Anteontem, parte desses funcionários participou de uma carreata em Guarulhos em frente ao Centro de Entregas de Encomendas dos Correios.
Douglas Melo esclareceu que a greve não exige nenhum aumento salarial ou novo benefício trata-se apenas do pedido pela manutenção do acordo coletivo. "Pedimos o apoio da população, pois nossa causa é justa. Estamos falando da retirada do sustento de nossas famílias em um momento que enfrentamos, na linha de frente, a maior pandemia do último século", disse o diretor de comunicação.
A reportagem questionou os correios sobre o número de correspondências paradas na região em decorrência da paralisação dos funcionários e a estatal declarou que não fornece dados segmentados pois, com o Plano de Continuidade dos Negócios em andamento, estas informações são alteradas rapidamente.
*Texto supervisionado pelo editor.