As ocupações ilegais evitadas em Mogi das Cruzes no primeiro semestre deste ano quase dobraram em comparação com o total registrado no ano passado inteiro. Entre janeiro e junho de 2020, a Prefeitura impediu 550 ocupações, número que supera em 79,7% as 306 ocorrências registradas em todo o ano de 2019. O município também registrou 145 loteamentos irregulares, conforme dados informados ao Mogi News pela Secretaria Municipal de Segurança Pública.
O distrito de Jundiapeba e os bairros do Jardim Aeroporto I, II e III, Jardim Piatã e Vila Estação tiveram a maior incidência da prática irregular. Segundo o secretário municipal de Segurança Pública, Paulo Roberto Madureira Sales, as ocupações têm sido realizadas, em sua maioria, por pessoas provenientes da capital paulista, mais precisamente da zona leste.
"Mogi é uma cidade acolhedora e com alto índice de desenvolvimento humano (IDH) para a região. Essas são características que acabam atraindo as pessoas em busca de um novo lar", destacou Sales. A Prefeitura também impediu ocupações irregulares nos bairros do Jardim Santos Dumont, Jardim Margarida, Jardim Rodeio e Vila Nova Aparecida.
Aproveitando-se da procura por moradia em Mogi, muitos grileiros (golpistas que vendem, de forma irregular, terrenos e casas em áreas proibidas) têm se beneficiado da situação e aplicado golpes por meio de anúncios pela internet. "Os grileiros estão vendendo terrenos em áreas não regularizadas e, quando o comprador descobre, já é tarde demais", contou o secretário. "É importante o interessado na moradia sempre verificar com a Prefeitura o cadastro do terreno antes de efetuar a compra, para evitar a prática desse tipo de golpe", completou o titular da Pasta municipal.
Ao todo, 145 loteamentos já foram classificados como irregulares e encontram-se em processo de reintegração de posse pela Prefeitura de Mogi. Como fator determinante para o crescimento desses casos, Sales avalia que a pandemia do coronavírus (Covid-19) e a crise econômica pela qual o país passa, contribuíram para essa situação. "Vivemos um momento muito crítico, com a alta do desemprego. Muitas pessoas simplesmente perderam as condições de continuar pagando aluguel e, sem um lugar para morar, recorrem às ocupações ilegais ou apostam seus últimos recursos nas promessas de grileiros", lamentou.
Cenário
Com a drástica redução das vendas pelo comércio e, consequentemente,  diminuição da produção industrial devido às medidas restritivas impostas para combater a pandemia do coronavírus, Mogi perdeu 4.358 postos de trabalho com carteira assinada só no primeiro semestre deste ano, sendo este o pior resultado desde o início do levantamento feito pelo Ministério da Economia, criado 2007. No mesmo período do ano passado, 1.281 vagas também foram fechadas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Mogi acompanha o fechamento de vagas de emprego registrados no país inteiro a partir da pandemia. Em junho, 10.984 empregos com carteira assinada foram encerrados; já em maio, a perda havia sido de 350.303 vagas. Em abril, a queda foi de 918.296 e, em março, de 259.917.
*Texto supervisionado pelo editor.