O município de Mogi das Cruzes possui 31.193 imóveis instalados em 374 locais de riscos de inundação ou deslizamento de terra. É o que afirmou um estudo coordenado e divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente. Além de Mogi, o levantamento, batizado de Mapeamento de Riscos de Movimentos de Massa e Inundações inclui os outras nove cidades que compõem o Alto Tietê. Os estudos fazem parte do "Programa Transporte, Logística e Meio Ambiente - Projeto Transporte Sustentável de São Paulo (PTLMA)", implementado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/SP). O trabalho ficou sob a responsabilidade do Instituto Geológico (IG), órgão ligado à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Entre setembro e novembro, essas cidades receberão treinamentos e orientações presenciais ou por meio de reuniões virtuais com os técnicos do IG.
"Estamos cumprindo a determinação do governador João Doria (PSDB) de zelar pela população e esse alinhamento com o mesmo objetivo é muito importante para garantir a segurança das pessoas e preservar vidas", disse o secretário, Marcos Penido.
"Para eliminar os riscos nós precisamos conhecê-los e esse instrumento de identificação serve para dar base e direcionar nossas ações, além de mostrar para a população o perigo ao seu redor", afirmou o secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, Walter Nyakas Júnior.
Os estudos foram elaborados de forma simples para permitir a leitura e o entendimento por especialistas e não-especialistas, com enfoque no poder público municipal.
Em Mogi, por exemplo, o estudo revelou que existem 8.555 construções localizadas em 63 locais com risco de movimentação de terra. Já para os casos de inundações, há 22.638 propriedades distribuídas e 311 lugares com possibilidade de alagamento.
Com investimento de quase R$ 2,9 milhões, o estudo teve início em maio de 2018 e está previsto para ser concluído no final deste ano com a entrega da análise de risco voltada para as rodovias.
"A ocupação em áreas sujeitas a estes processos geodinâmicos pode desencadear situações de vulnerabilidade e de riscos a pessoas e bens. Esta visão do território, associada ao registro de ocorrências de acidentes, permite a elaboração de uma cartografia de risco, abrangendo tanto as áreas já conhecidas quanto as com potenciais de risco", afirmou o coordenador do estudo, Cláudio José Ferreira.
Participantes
Participaram também do encontro virtual, o secretário executivo da SIMA, Luiz Ricardo Santoro; o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani; o especialista em risco e desastre do Banco Mundial, Frederico Pedroso; o tenente Coronel da Defesa Civil, Henguel Ricardo Pereira; o secretário de Meio Ambiente de Biritiba Mirim, Adriano Almeida; o secretário de Segurança Pública de Guararema, Edson Moraes; o secretário do Verde e Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, Daniel Lima; o secretário de Meio Ambiente de Salesópolis, Douglas Prado e Anderson dos Santos Silva da Defesa Civil de Itaquaquecetuba.