"Temos que voltar a fazer o que já estávamos fazendo no início, ou seja, manter os cuidados que tínhamos lá atrás, no início da pandemia. Só assim a quantidade de casos graves vai diminuir significativamente". As palavras do secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, mostram a preocupação em relação ao relaxamento da população às medidas restritivas e de controle da pandemia da Covid-19, principalmente após as seguidas flexibilizações das atividades comerciais impostas pelo governo do Estado, por meio do Plano São Paulo de Retomada Econômica.
Ao mesmo tempo em que o secretário de Saúde acredita que Mogi das Cruzes está preparada para a reabertura consciente do comércio, ele mantém a posição de que não é pertinente esse "relaxamento natural" por parte dos mogianos.
O secretário conversou com a reportagem na tarde de ontem, quando confirmou que - apesar do temor pelo afrouxamento da população - a média de óbitos por semana epidemiológica a cada 100 mil habitantes apresenta importante queda. Entretanto, a quantidade de internações graves em decorrência da Covid-19 continua estabilizada em um patamar considerado como alto.
Sobre este tema, que vem causando dúvida e má interpretação em uma parcela da população, o secretário fez questão de explicar, novamente, os motivos que levaram a Secretaria Municipal de Saúde a determinar o fechamento do hospital de campanha, por exemplo, marcado para ocorrer na próxima segunda-feira. Segundo o especialista na Saúde, é importante verificar a queda na quantidade de pacientes que necessitam de atendimento de enfermaria - o que justifica o fechamento do hospital de campanha -, mesmo com um maior número de novos casos da doença sendo divulgado.
Naufel reafirmou que a demanda atual já pode ser absorvida com folga pelas outras unidades de Saúde de Mogi, principalmente pelo Hospital Municipal de Braz Cubas e, se necessário, pelo Hospital Luzia de Pinho Melo. Segundo o secretário, o aumento na quantidade de casos diagnosticados ocorre devido à maior quantidade de testes da Covid-19 que estão sendo realizados na população, por isso, não há falta de coerência com o fechamento do hospital de campanha. "A população fica em dúvida: "Como vai fechar o hospital de campanha com aumento na quantidade de casos?". É importante explicar que o número de novos casos divulgados está aumentando porque a população está realizando mais testes médicos da Covid-19 em relação ao que ocorria antes", explicou o titular da Pasta. "Testando mais, a gente vai ter mais casos confirmados, mas o que importa é a quantidade de ocupação dos leitos de enfermaria, e isso está sob controle", detalhou.
Segundo o Plano São Paulo do governo do Estado, que avalia a possibilidade da flexibilização do comércio, o Alto Tietê, juntamente com Guarulhos, está a um índice de possuir as condições para avançar à fase verde (está na amarela desde o dia 13 de julho). O único ponto que precisa evoluir é a quantidade de óbitos, associada à variação de mortes entre as semanas. "A gente trabalha para a diminuição destes índices, para que a região possa evoluir no Plano São Paulo. Mas, só vou considerar a situação positiva quando a região ficar sem um óbito sequer", disse Naufel.