Desde a paralisação de segmentos da economia em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o comércio varejista do Alto Tietê acumula atualmente prejuízo de R$ 129,6 milhões. Segundo estimativa do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), os municípios registram prejuízo diário de R$ 1,8 milhão com o fechamento.
O decreto de quarentena, que resultou na paralisação das atividades comerciais, está vigente em todo o Estado de São Paulo desde 24 de março, completando hoje 72 dias de paralisação.
Ontem, a expectativa da liberação da reabertura para os municípios da região não foi correspondida, quando o governador João Doria (PSDB) determinou a manutenção da classificação aos municípios da Grande São Paulo (veja mais nesta página).
Ontem, o Sincomércio falou em "total inconformismo e repúdio" em relação a decisão do governo estadual. "Estamos vivendo um momento muito difícil há mais de sessenta dias, desaguando na morte civil e falência das empresas do comércio varejista", informou em nota.
Ainda segundo a entidade que representa o comércio varejista da região, seriam necessários dois anos com vendas positivas para a recuperação do prejuízo causado por esta paralisação, ao passo que, com vendas medianas - cenário mais provável após a pandemia - ,os comerciantes precisariam de cinco anos para apresentar recuperação. "Mesmo com a retomada, eles (comerciantes) sabem que a perda de vendas chegará a 80% em alguns setores e 50% em outros", afirmou o presidente do Sincomercio, Valterli Martinez.
A empresária Juliana Silva Martin, de 35 anos, que há seis anos possui uma loja de roupas em Guararema, diz que a expectativa para a retomada é grande e que, mesmo com as vendas online, houve uma significativa queda na arrecadação. "Será de grande importância a abertura das lojas, claro, com os devidos cuidados", alegou.
Com seu comércio aberto desde o mês passado, o comerciante Luiz Claudio França, responsável por lojas de descartáveis em Mogi das Cruzes, afirmou que ainda não há a possibilidade de contabilizar os prejuízos causados com o fechamento e que, nos próximos anos, o foco será manter o básico. "Com a abertura dos comércios, vou trabalhar apenas para pagar contas".
ACMC
A Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) também se posicionou sobre a manutenção das medidas ao municípios, informando que a expectativa é de que, assim como em São Paulo, em Mogi das Cruzes ocorra uma primeira flexibilização a partir de 15 de junho. (F.A.)