Ansiosa para retornar às atividades presenciais na Prefeitura, a presidente do Fundo Social de Mogi das Cruzes, Karin Melo, cumpre hoje o 31º dia de isolamento social. Contaminada pelo coronavírus no início de maio, ela, desde terça-feira passada, cumpre a quarentena em outra residência, junto de seu sobrinho, Rafael, mas longe de seu marido, o já recuperado prefeito Marcus Melo (PSDB), que retornou às atividades presencias na Prefeitura na segunda-feira passada.
A medida foi necessária para que não haja risco do prefeito, mesmo já contendo anticorpos contra a doença, transmitir o vírus para sua equipe de trabalho.
As últimas semanas não vêm sendo fáceis para a família Melo. No dia 3 de maio, o irmão de Marcus Melo - o piloto Renê Melo -, morreu após anos de luta contra um câncer. Na mesma semana, ainda tentando se recuperar do golpe, o casal foi diagnosticado com coronavírus, junto dos filhos Fernando e Guilherme, além do sobrinho Rafael. Em seguida, o irmão de Karin e mais dois sobrinhos também foram diagnosticados com a doença. Uma das hipóteses para a contração do vírus foi justamente o vai e vem em ambulâncias, UTI e hospital, nos dias que antecederam a morte de Renê.
Após muita angústia, Karin contou que já não sente mais nenhum sintoma da doença. Amanhã, ela realizará mais um exame e espera, enfim, que o resultado seja negativo para a Covid-19. "Foram dias desesperadores", contou, em entrevista concedida na sexta-feira passada. "Está sendo um período de muito aprendizado, momento de refletir sobre o que é prioridade na vida e dar ainda mais valor a quem amamos e de voltar o olhar a quem precisa de ajuda. Em todo este período, vivenciei muitas emoções, perdi meu cunhado e até hoje não pude abraçar meu sogros pela perda do filho. Como mãe, tive muito medo de que algo de mais grave acontecesse com meus filhos", disse a presidente do Fundo Social, reconhecendo até uma teimosia pela demora de ir ao médico logo quando sentiu os primeiros sintomas da doença, na primeira semana de maio. "No início, preferi fazer exercícios respiratórios passados pelo doutor Jean Gorinchteyn, mas, no Dia das Mães (10 de maio), já estava preparando as malas para correr para o hospital. Foi o pior dia para mim, com muita falta de ar. Passei muito mal. Graças a Deus, no dia 11 (de maio) comecei a melhorar", contou.
A teimosia tinha uma razão compreensível: o medo de ficar longe dos filhos em um momento tão delicado para todos. "Foi terrível. Meu psicológico ficou muito abalado, principalmente por conta dos meus filhos, sobrinhos e do Marcus (Melo). Tive medo de não vê-los mais", relatou.
*Texto supervisionado pelo editor.