Após a reavaliação do "Plano São Paulo de Retomada Consciente" realizada na última quarta-feira, os prefeitos do ABC Paulista, liderados pelo chefe do Executivo de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), continuaram a pressionar incisivamente o governo do Estado para a reavaliação da classificação imposta aos municípios, ao contrário do Alto Tietê, que preferiu trabalhar com a previsão de reabertura apenas no dia 15 de junho.
A região do ABC Paulista, onde se concentra um grande número de Indústrias, tem grande relevância e força política junto ao Estado de São Paulo.
Na manhã de ontem, o prefeito Morando reforçou o tom de "injustiça" na classificação vermelha atribuída às cidades do ABC Paulista, apresentando dados sobre a ocupação de leitos e questionando os métodos utilizados pelo governo estadual para autorizar a capital São Paulo a dar início à flexibilização.
"Nos colocaram na faixa vermelha, está errado e não vamos aceitar", afirmou o prefeito.
Na quarta-feira passada, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, formado por sete cidades (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) analisou os indicadores mais recentes relacionados ao coronavírus e afirmou, em nota, que a região cumpre os critérios determinados pelo governo do Estado para alocação em nova fase do Plano São Paulo.
Relembre
Nos primeiros dias da avaliação estadual, a escalada contra as determinações do governo estadual realizada pelo Consórcio ABC muito se assemelhou ao do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat). No último dia 27, quando foi apresentado o Plano São Paulo, o presidente do Condemat, Adriano Leite (PL), além dos demais chefes do Executivo que fazem parte do consórcio do Alto Tietê, se mostraram "insatisfeitos e indignados" com as determinações impostas, classificando o plano como "incoerente". Na ocasião, o Consórcio ABC também se posicionou de forma semelhante, solicitando a reavaliação da classificação. Dias depois, assim como fez o Condemat, os prefeitos do Grande ABC entregaram um documento ao governo do Estado para reabertura gradual da economia.
Na Justiça
O governador João Doria (PSDB) afirmou, na última quarta-feira, que os municípios que forem insubordinados às determinações deverão responder ao Ministério Público (MP). Segundo ele, não é por meio da avaliação de um prefeito que haverá insubordinação nos municípios paulistas. "Nós temos regras, elas foram estabelecidas e construídas em conjunto com prefeitos, áreas da Saúde e econômica, com estudos e princípios. A regra tem que ser obedecida", afirmou Doria. (F.A.)