A pandemia do novo coronavírus surpreendeu a sociedade em diversos sentidos e, certamente, deixará lições e marcas na população. Quanto tempo durarão, ainda é cedo para afirmar. Além das milhares de pessoas que morreram e, infelizmente, ainda morrerão no Brasil, as alterações nos hábitos da sociedade pós-pandemia também deverão ser notórias. O psicólogo Rodrigo Rui Martins, em entrevista ao Grupo Mogi News, foi enfático ao dizer em entrevista recente ao Mogi News que "reações antagônicas são esperadas após este período, em que parte da população buscará a sensação de liberdade e, outra parte manterá por um longo período as medidas sanitárias que são recomendadas atualmente".
Cerca de três meses após o início da pandemia no Alto Tietê, empresas, comércios, escolas e igrejas já planejam medidas para o retorno de suas atividades. Afastamento das pessoas, uso do álcool em gel e obrigatoriedade no uso das máscaras são algumas das determinações que farão parte do dia a dia desses locais, mesmo depois da pandemia, podendo perdurar até mesmo após o esquecimento do tema.
Um dos setores mais afetados durante a paralisação dos estabelecimentos, devido à pandemia, é o setor de bares e restaurantes. Os prejuízos são significativos, mas o segmento já se posiciona e se planeja para a reabertura. Tanto que o empresário Henrique Leite dos Santos, 28 anos, que possui duas hamburguerias, em Suzano e Mogi das Cruzes, já possui uma série de medidas que serão implantadas em seus estabelecimentos, quando reabertos. Afastamento dos bancos, do balcão, fomento da compra por delivery - inclusive com promoções exclusivas nas plataformas online -, intensificação na limpeza das mesas e utilização das máscaras já são tidas como certa, no futuro. "O que pudermos fazer para prevenir clientes e funcionários, vamos fazer", afirmou.
Assim também se posiciona o empresário Renan Amorim de Souza, 29, que administra uma hamburgueria em Guararema. As mudanças em seu negócio serão ainda mais radicais. Souza fala em diminuir consideravelmente o número de mesas no salão. "A gente vai tirar mesas para manter o afastamento das pessoas, dando prioridade para a retirada em delivery", prometeu o empresário.
As medidas adotadas por estes empresários vão de encontro ao que determina a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que apresentou, em abril, uma cartilha com recomendações e cuidados para a reabertura segura da categoria, quando permitida. Ao todo, são 26 itens que variam da redução da capacidade de público, de modo que seja possível a separação mínima de um metro entre cadeiras e de dois metros entre mesas, até o afastamento imediato de funcionários em caso de suspeita ou confirmação para a Covid-19.
Outro ramo que já apresentou medidas a serem adotadas foi o de academias. Dentre as medidas a serem adotadas por esses estabelecimentos, no futuro, destacam-se o atendimento limitado, instalação de termômetros para medir a temperatura dos alunos e funcionários, espaçamento entre aparelhagem e a obrigatoriedade de utilização de álcool em gel e máscaras.
Indústrias
A Valtra, com unidade em Mogi das Cruzes, também se mostrou preocupada com a retomada segura das atividades. Além da distribuição de Equipamento de Proteção Individual (EPI), as medidas de precaução adotadas na unidade incluem a diminuição de fluxo entre os turnos, remanejamento de linhas de produção e também alteração nos horários e uso dos refeitórios, entrada e saída de colaboradores, além de intensificar, significativamente, a frequência das atividades de limpeza e higienização de ambientes coletivos.