Apenas uma farmácia de Mogi das Cruzes efetivou o cadastro da Vigilância Sanitária Municipal para começar a oferecer os testes rápidos para identificação do coronavírus no município. No estabelecimento, que fica no Aruã, os testes estão sendo vendidos há duas semanas, com um limite de dez aplicações por dia.
A autorização dos testes rápidos, porém, não agradou os laboratórios que já estavam oferecendo alguns testes para identificação do coronavírus. De acordo com eles, as farmácias não são adequadas para este tipo de exame, já que no momento atual esta identificação é uma peça importante no combate à doença.
Sendo a única farmácia oficializada, o estabelecimento no Aruã está registrando inúmeros agendamentos de pessoas interessadas nos kits, que custam
R$ 210 e demoram cerca de 15 minutos para identificar o resultado. De acordo com a farmacêutica responsável pela área de aplicação, Beatriz Carvalho Zucchini, pessoas de outras cidades também estão procurando os testes. "Nós planejamos em ofertar os produtos para auxiliar e colaborar com a saúde do município, porque com isso nós conseguimos tirar as aglomerações dos hospitais de pessoas que querem um resultado", justificou.
Os testes são feitos somente na farmácia, em um local apropriado para a ação, que é limpo e esterilizado a cada intervalo de 30 minutos. Beatriz também explicou que o estabelecimento limitou em dez aplicações por dia. "Nós tivemos de seguir diversas orientações da Anvisa para conseguir aplicar os testes aqui. Então, nós só fazemos por agendamento para evitar aglomerações", disse Beatriz.
O cadastramento municipal começou após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar farmácias e drogarias a aplicarem os testes rápidos em todo o Brasil, obedecendo exigências como salas apropriadas, profissionais qualificados, limpeza a todo momento e outros recursos. Todas as medidas também foram divulgadas pela Prefeitura de Mogi das Cruzes junto com a Vigilância Sanitária.
Por parte dos laboratórios, a autorização não agrada. O proprietário de um deles, na zona leste de São Paulo, que não quis se identificar, apontou que as farmácias não estão preparadas para lidar com a rastreabilidade dos pacientes que passam pelos estabelecimentos. "É um absurdo disponibilizar para farmácias. Quem vai emitir o laudo? Como vai ser a rastreabilidade do processo? Por que não faz parceria com os laboratórios já existentes que têm tudo pronto?", questionou o empresário.
A proprietária e biomédica de um laboratório localizado no centro de Mogi, Renata Rui de Campos, também se posicionou contra a venda dos testes rápidos nas farmácias. "Estão banalizando estes testes. É muito mais complicado do que isso, são inúmeros cuidados que você precisa tomar. Além disso, a maioria destes testes não é boa para identificação", criticou.
*Texto supervisionado pelo editor.