Os proprietários de academias acreditam que o ramo sofrerá alterações em relação ao público consumidor após a pandemia de coronavírus. Muitos acreditam que as "academias do futuro" atrairão pessoas cada vez mais preocupadas com a saúde e o bem estar físico, deixando no passado a busca por estética que os estabelecimentos possuíam.
Para o dono de uma academia no centro de Mogi das Cruzes, o vereador Marcos Furlan (DEM) - que na semana passada apresentou um projeto de redução da conta de água para os comerciantes de Mogi -, há um movimento natural registrado nas últimas décadas de associação das academias com saúde e bem estar, que, certamente, será intensificado após a pandemia. "Hoje, a maioria das pessoas que fazem academia está mais preocupada com a saúde do que com o corpo", afirmou.
Assim também projeta o empresário Edgard Gomes Corona, dono da Smart Fit e da Bio Ritmo, as maiores redes de academias do país - são 501 lojas no Brasil, ao menos três no Alto Tietê. Apoiador do atual governo, Corona disse em entrevista recente que o reconhecimento da essencialidade da atividade é importante para o setor, e que o ramo evoluiu da ideia do corpo malhado para o conceito de saúde. "Participo de grupos que reúnem as maiores academias do mundo e vimos que na China, por exemplo, mais de 30% das novas matrículas são de alunos que eram sedentários e nunca tinham praticado atividade física antes", explicou.
Dentre as medidas a serem adotadas pelas academias no futuro, destacam-se o atendimento limitado, instalação de termômetros para medir a temperatura dos alunos e funcionários, espaçamento entre aparelhagem e a obrigatoriedade de utilização de álcool em gel e máscaras.
Na última sexta-feira, proprietários de academias - incluindo Furlan - estiveram com o vice-prefeito Juliano Abe (MDB). Na oportunidade, os dois lados expuseram seus posicionamentos e ficou definido que o setor não irá reabrir neste momento. (F.A.)